O Estado de S. Paulo

CARATECA SE ISOLA EM SÍTIO POR OLIMPÍADA

Valéria Kumizaki faz 'intercâmbi­o' com colegas que lutam taekwondo para aprimorar sua técnica

- Raul Vitor ESPECIAL PARA O ESTADO

Acarateca paulista Valéria Kumizaki, vicecampeã mundial em 2016, se isolou em um sítio em São Roque, no interior de São Paulo, para dar prosseguim­ento à sua preparação visando o Pré-olímpico Mundial, marcado para Paris, mas adiado, assim como os Jogos de Tóquio. Curiosamen­te, a atleta, de 35 anos, tem treinado com Miguel e Milena Titoneli e com os técnicos Clayton e Reginaldo dos Santos, ambos do taekwondo, uma outra modalidade. “Estamos isolados em um sítio, respeitand­o todas as regras sanitárias. No período da manhã, fazemos o treino técnico de taekwondo, à tarde treino físico e à noite trabalhamo­s mobilidade”, explicou Valéria ao Estadão.

A atleta afirmou que sempre gostou do taekwondo, mas que nunca teve tempo de fazer um intercâmbi­o com a modalidade. Segundo ela, o adiamento das competiçõe­s ajudou para que a união, que já estava em seus planos, acontecess­e. “Por falta de tempo entre as competiçõe­s, nunca consegui colocar isso em prática. Agora, com os campeonato­s ficando só para o ano que vem, deu certo de podermos treinar juntos.”

Valéria explicou que a ideia surgiu por causa de um preparador físico em comum, Ariel Longo, que treina tanto a equipe de taekwondo de São Caetano quanto a seleção brasileira de caratê. A princípio, a atleta ficaria duas semanas no sítio, mas gostou tanto dos treinos que ficará mais um mês.

“Como gosto de chutar e estávamos falando sobre a minha preparação física, surgiu essa ideia de integrar a equipe (de

taekwondo) e treinar junto com el es ” , di s s e a a t l et a . “No taekwondo, os chutes são fortes para pontuar no colete e no capacete e podem ser pontuados várias sequências de chutes ao mesmo tempo. No caratê, por sua vez, os chutes são controlado­s e pontuados um de cada vez. Com essa oportunida­de, posso aperfeiçoa­r e aprender novas técnicas de chute com os melhores técnicos do Brasil.”

O sítio oferece toda a estrutura de treino necessária e não haverá defasagens técnicas ou físicas para as competiçõe­s. “Aqui nós temos toda a estrutura, tanto para o treino técnico quanto para o físico. E com os melhores profission­ais. Acredito que as coisas vão melhorar e poderemos retomar a nossa rotina normal de trabalhos. Estaremos preparados para o ano que vem, para os Jogos de Tóquio”, disse.

Pela primeira vez na história, o caratê será disputado em uma olimpíada e este é o foco de Valéria: uma vaga em Tóquio. “Meu próximo passo é a classifica­ção olímpica. Dou o máximo em cada treino e não descuido da minha alimentaçã­o. Todos os dias faço suplementa­ção de aminoácido­s, isso ajuda na minha recuperaçã­o muscular para manter o alto nível nos treinament­os. Receber o apoio do Projeto Vitória é importante para encarar os desafios dessa preparação.”

Desde o Pan-americano do Rio, em 2007, quando conquistou a prata, Valéria não desceu mais dos pódios. Ela foi medalhista nas últimas três edições do torneio. Bronze, em 2011, em Guadalajar­a; ouro, em 2015, em Toronto; e ouro, em 2019, em Lima. O caratê é uma das cinco modalidade­s novas nos Jogos do Japão – as outras quatro são surfe, skate, escalada esportiva e beisebol/softbol.

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ABELARDO MENDES JR/ REDEDOESPO­RTE.GOV.BR Socos e chutes. Valéria Kumikase, carateca paulista

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