Estado de SP mantém restrição máxima em apenas quatro regiões
Novo ‘mapa’ da quarentena agora põe 83% da população nas fases ‘laranja’ e ‘amarela’
O governo de SP definiu que somente as regiões de Araçatuba, Campinas, Franca e Ribeirão Preto permanecem com o grau de restrição máxima, em que só o comércio essencial é autorizado a funcionar. Todo o restante do Estado poderá liberar o funcionamento de lojas de rua e shoppings, imobiliárias, concessionárias e escritórios na segunda-feira. Os parques estaduais da capital também reabrem.
O governo de São Paulo anunciou ontem o maior afrouxamento da quarentena no Estado desde maio, quando o programa de retomada econômica em meio à pandemia do coronavírus, o Plano São Paulo, foi anunciado. Apenas as regiões de Araçatuba, Campinas, Franca e Ribeirão Preto permanecem com o grau de restrição máxima, em que só o comércio essencial é autorizado a funcionar. Todo o restante poderá liberar o funcionamento de lojas de rua e shoppings, além de imobiliárias, concessionárias e escritórios, a partir de segunda-feira.
Barretos, Presidente Prudente, Bauru, Sorocaba e Marília estavam com liberação apenas dos serviços essenciais, a fase vermelha, e agora foram reclassificadas para a fase laranja, que permite atividades comerciais não essenciais.
Já as regiões de Registro, Baixada Santista e parte da Grande São Paulo, que estavam na fase laranja, entraram na amarela, a mesma em que está a capital, em que bares, restaurantes e academias de ginástica podem voltar a funcionar.
“Todos devem se lembrar de que, podendo ficar em casa, devem fazê-lo”, disse o governador João Doria (PSDB), ao anunciar as mudanças, lembrando que a quarentena ainda permanece e, agora, foi renovada até o dia 30 de julho. O uso de máscara continua obrigatório e sem ela pode haver multa.
Segundo Doria, essa nova fase “marca gradualmente, de forma segura, o retorno à normalidade” e “resgata a esperança”. Ainda de acordo com o governador, “depois de um longo período enfrentando o pico, estamos entrando em um platô” da evolução da doença. “Isso significa atenção redobrada para mantermos esse platô.” O Estado registrou mais 9.395 casos de covid-19 em 24 horas, chegando a 359.110 registros. Já o número de mortes alcançou ontem 17.442, com 324 óbitos a mais desde a última quinta-feira.
Ao lado de Doria, o epidemiologista Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, avaliou as mudanças no mapa do Estado como uma evolução “satisfatória”. “Um progresso que é gradual e mostra a direção para a qual estamos caminhando.”
‘Segunda onda’. Menezes destacou também a atenção necessária para se evitar um novo crescimento abrupto de casos, uma segunda onda – preocupação observada em outros países que tiveram seus processos de reabertura e retomada de atividades. Segundo ele, a leitura no Estado “é que sempre há um risco, mas tudo indica que estamos andando de forma muito segura em relação a isso”.
Esta é a sexta revisão do Plano São Paulo, que começou a categorizar as regiões do Estado por cores a partir de junho.
Na primeira avaliação, só as regiões de Registro, Baixada Santista e a Grande São Paulo receberam a cor vermelha: o restante se dividiu entre amarela e laranja. Após isso, porém, a pandemia se acelerou no interior e o Estado foi sucessivamente fechando mais regiões. No último dia 3, Sorocaba, Bauru, Marília, Presidente Prudente, Araçatuba, Franca, Ribeirão Preto e Campinas entraram na zona vermelha.
Segundo Marco Vinholi, secretário de Desenvolvimento Regional, 83% dos cerca de 40 milhões de habitantes do Estado estão em regiões classificadas como laranja ou amarela.
Para a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patrícia Ellen, o resultado agora anunciado “é um dos nossos melhores cenários”. Ela ressaltou que “98% dos municípios estão fazendo trabalho de triagem, monitoramento e isolamento de contatos (com infectados), o que ajudou, em duas semanas, a isolar mais de meio milhão de pessoas”.