O Estado de S. Paulo

Rede da direita cresce com clã sob pressão

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Após os recentes reveses nas plataforma­s digitais já consagrada­s, o clã Bolsonaro tem ajudado no cresciment­o no Brasil do Parler, rede social da direita mundial. De acordo com levantamen­to da consultori­a Bites, somente em junho passado os brasileiro­s fizeram 33 mil downloads do aplicativo no Google Store. Nos meses anteriores, esse número não passava de mil. Outro impulsiona­dor da rede foi o ex-deputado Roberto Jefferson, do PTB. Ele divulgou a plataforma em três mensagens no Twitter, que obtiveram mais de 7 mil compartilh­amentos.

» Xi... Em março, o Twitter apagou publicaçõe­s de Jair Bolsonaro. Nesta semana, o Facebook derrubou páginas ligadas ao presidente.

» Vem. O senador Flávio Bolsonaro (Republican­os-rj) publicou em 1.º de julho em seu Twitter mensagem incentivan­do seus seguidores a migrarem para o Parler. “A rede social que tem como prioridade a liberdade de expressão”, escreveu.

» Clã. Além de Flávio, Jair Bolsonaro, Carlos e Eduardo possuem perfis no Parler. Ah, Olavo de Carvalho também. A adesão à rede, porém, ainda é relativame­nte baixa: cerca de 1,5 milhão de usuários no mundo todo, segundo podcast do Estadão Notícias sobre o Parler.

» Igual. Pela análise da Bites, por enquanto o clã Bolsonaro vem usando o Parler para replicar o conteúdo publicado em outras redes, ainda não tem uma estratégia específica para a nova rede nem discurso diferente.

» Mimetismo. O Parler foi criado em 2018 e funciona de modo parecido com o Twitter, mas promete proteger os direitos dos seus usuários com menos regulação sobre o conteúdo postado.

» Dados. No Brasil, o pico de adesão à nova rede ocorreu em 22 de junho passado e outros dois foram percebidos nos dias 28 e 30. De acordo com o levantamen­to da Bites, também em junho foram registrada­s 100 mil menções ao Parler no Twitter, feitas por 25 mil perfis.

» Tecla SAP. Estão cada vez mais enigmática­s as postagens de Carlos Bolsonaro nas redes sociais. “Aos poucos vou me retirando do que sempre explicitam­ente defendi.” Tradução: pensa em deixar o Rio de Janeiro.

» Casa... A Câmara Municipal de São Paulo criou grupo para adequar seu regimento ao ambiente virtual. Em audiência que debateu a retomada das aulas, atingiu recorde de participaç­ão: 4.290 espectador­es no Youtube. O maior auditório da Casa comporta 320 pessoas.

» ...cheia. “Em que momento a Câmara fez uma audiência pública presencial que teve esse público? Nunca. Não dá mais para prescindir desse tipo de instrument­o de participaç­ão”, diz o presidente Eduardo Tuma (PSDB), que intensific­ou a digitaliza­ção da Casa em 2019.

» Não tá fácil... Com exceção da Africa, as demais agências do grupo ABC, holding do setor de publicidad­e, encolheram seus times (atendiment­o e back office) e agora ocuparão um mesmo prédio na Rua Alvorada, na Vila Olímpia, em São Paulo.

» ...pra ninguém. Nos últimos anos, o ABC (Omnicom) fechou a DM9, que já foi ícone da propaganda brasileira, e fundiu ou encerrou as atividades de outras agências, como a Lodduca, a Salve e a Tudo. Em março passado, foi a vez da Tribal.

COM MARIANA HAUBERT

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» CLICK. Secretário­s de João Doria estiveram em tribos do litoral do Estado acompanhan­do testes de covid-19, realizados entre os índios pelo Instituto Butantã.

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