O Estado de S. Paulo

Doria recorre ao contrato para garantir a realização do GP do Brasil deste ano

Governador de São Paulo diz que evento não será cancelado; organizado­res já falaram que vão evitar passagem pelas Américas

- Ciro Campos

O governador de São Paulo, João Doria, afirmou ontem que o Grande Prêmio do Brasil de Fórmula 1 de 2020 não será cancelado. No entanto, os responsáve­is pela categoria não confirmam a prova. Nesta semana, o Estadão revelou que a corrida em Interlagos vai ficar fora da lista de etapas deste ano por questões de logística, custo de viagem e pela situação da pandemia do novo coronavíru­s no País.

Em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirant­es, Doria não disse quem lhe deu garantias da realização da prova. O governador baseou-se no contrato assinado com a F-1. “Para este ano está confirmada a Fórmula 1 (no Brasil) e o autódromo está preparado para receber a Fórmula 1, evidenteme­nte dentro dos protocolos de saúde. Os organizado­res sabem que, em qualquer parte do mundo, eles devem obedecer os protocolos de saúde da cidade”, afirmou o governador.

Doria explicou que, por São Paulo ter um contrato para receber a prova até 2020, o cancelamen­to não é uma decisão tão simples. No entanto, este ano a F-1 já cancelou GPS em vários países que também estão sob contrato, alegando preocupaçã­o com a pandemia.

O governador contou que, quando foi prefeito da capital (2017 a 2018), examinou o texto do contrato e entende que não há risco de a prova não ser realizada em novembro. “Com relação a este ano, o contrato tem de ser cumprido. É preciso deixar isso claro de parte a parte”, afirmou. Doria explicou que a cidade de São Paulo terá até novembro condições sanitárias de receber a Fórmula 1 e, por isso, não teria motivos para a etapa ser cancelada. A corrida foi originalme­nte marcada para o dia 15 de novembro.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, reforçou o comentário de Doria e afirmou que a cidade não terá problemas em receber a F-1. “Estamos em contato com a organizaçã­o do evento, mostrando números da pandemia para dar total tranquilid­ade para manter a prova deste ano. Mostramos que os números da cidade não correspond­em à realidade do Brasil como um todo. Esses números em geral são os que são divulgados no exterior e deixam a organizaçã­o preocupada”, afirmou.

Concorrênc­ia. Doria também comentou na coletiva sobre o futuro da realização do GP do Brasil de 2021. São Paulo tem contrato para receber a categoria somente até esta temporada e disputa com o Rio de Janeiro para ser sede da corrida no próximo ano. O Estadão revelou em junho que a candidatur­a carioca tem acordo encaminhad­o com o grupo dono da Fórmula 1, Liberty Media, e desponta como favorita a receber a prova.

O governador, por sua vez, afirma que continua em contato com a Fórmula 1 para negociar um novo acordo. “Seguimos dialogando e conversand­o com a Liberty Media com vista à renovação desse contrato. Não há uma decisão firmada pela Liberty, mas há uma manifestaç­ão formalizad­a pelo governo e pela Prefeitura”, disse.

Na opinião de João Doria, Interlagos é uma pista bem avaliada por pilotos e dirigentes e continua favorita a permanecer no calendário da categoria.

“Nada contra o Rio, mas não faz sentido o gasto de R$ 1 bilhão para se construir um autódromo em uma área que não tem aprovação ambiental e em uma época de pandemia e de escassez de dinheiro em todo o País”, afirmou Doria em referência ao projeto do Rio de construir uma pista no bairro de Deodoro, na zona oeste.

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RAFAEL ARBEX / ESTADÃO - 10/11/2018 Interlagos. Circuito paulistano poderá ficar sem receber Fórmula 1 nesta temporada
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