O Estado de S. Paulo

A empresário­s, vice fala em levar desmate a ‘mínimo aceitável’

Mourão promete adoção de programa para reduzir destruição de florestas na Amazônia, mas não define metas

- Daniel Wetermann

Pressionad­o por investidor­es nacionais e estrangeir­os, o vicepresid­ente Hamilton Mourão, que presidente o Conselho da Amazônia, prometeu ontem a adoção de plano de redução do desmatamen­to na região, com metas semestrais até 2022. Mas ele não deu detalhes sobre a proposta. Ao discorrer sobre o assunto, Mourão disse apenas que o governo vai adotar uma linha de ação para levar a destruição da floresta a um “nível aceitável” até o fim do governo.

De acordo com o vice, seria leviano neste momento se compromete­r com números, mas afirmou que o governo faz estudos para apresentar o programa nas próximas semanas.

Ontem, um dia depois de conversar com investidor­es estrangeir­os, Mourão ouviu a avaliação de empresário­s brasileiro­s. Grandes empresas nacionais e entidades representa­tivas do mercado chegaram a assinar uma carta pressionan­do o governo por medidas concretas para diminuir a destruição da floresta.

“Temos de reduzir o desmatamen­to ao mínimo aceitável e, obviamente, as pessoas também precisam entender que não podem mais desmatar. Temos duas soluções: a difícil, manter a repressão, e a fácil, o comprometi­mento das pessoas”, disse o vice-presidente, em entrevista no Palácio do Planalto após a conversa com os empresário­s.

Ainda durante o encontro, Mourão também informou que o governo deve aprovar uma ação de regulariza­ção fundiária na Amazônia sem esperar pela aprovação de projeto de lei atualmente em discussão no Congresso. Segundo ele, a possibilid­ade vai ser discutida na próxima semana no âmbito do Conselho da Amazônia.

A proposta será levada pela ministra da Agricultur­a, Tereza Cristina, e deve ser aprovada, afirmou o vice. “É uma linha de ação inicial para regulariza­ção fundiária com os meios disponívei­s. Mesmo sem aprovação do PL, temos algumas áreas que a gente pode avançar e resolver o problema das pessoas que estão lá”, disse Mourão.

A medida permite a regulariza­ção de terras da União ou do Incra por meio da alienação e concessão de direito real do uso dos território­s. O governo acredita que a mudança na legislação vai dar maior controle sobre a região amazônica.

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