A empresários, vice fala em levar desmate a ‘mínimo aceitável’
Mourão promete adoção de programa para reduzir destruição de florestas na Amazônia, mas não define metas
Pressionado por investidores nacionais e estrangeiros, o vicepresidente Hamilton Mourão, que presidente o Conselho da Amazônia, prometeu ontem a adoção de plano de redução do desmatamento na região, com metas semestrais até 2022. Mas ele não deu detalhes sobre a proposta. Ao discorrer sobre o assunto, Mourão disse apenas que o governo vai adotar uma linha de ação para levar a destruição da floresta a um “nível aceitável” até o fim do governo.
De acordo com o vice, seria leviano neste momento se comprometer com números, mas afirmou que o governo faz estudos para apresentar o programa nas próximas semanas.
Ontem, um dia depois de conversar com investidores estrangeiros, Mourão ouviu a avaliação de empresários brasileiros. Grandes empresas nacionais e entidades representativas do mercado chegaram a assinar uma carta pressionando o governo por medidas concretas para diminuir a destruição da floresta.
“Temos de reduzir o desmatamento ao mínimo aceitável e, obviamente, as pessoas também precisam entender que não podem mais desmatar. Temos duas soluções: a difícil, manter a repressão, e a fácil, o comprometimento das pessoas”, disse o vice-presidente, em entrevista no Palácio do Planalto após a conversa com os empresários.
Ainda durante o encontro, Mourão também informou que o governo deve aprovar uma ação de regularização fundiária na Amazônia sem esperar pela aprovação de projeto de lei atualmente em discussão no Congresso. Segundo ele, a possibilidade vai ser discutida na próxima semana no âmbito do Conselho da Amazônia.
A proposta será levada pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e deve ser aprovada, afirmou o vice. “É uma linha de ação inicial para regularização fundiária com os meios disponíveis. Mesmo sem aprovação do PL, temos algumas áreas que a gente pode avançar e resolver o problema das pessoas que estão lá”, disse Mourão.
A medida permite a regularização de terras da União ou do Incra por meio da alienação e concessão de direito real do uso dos territórios. O governo acredita que a mudança na legislação vai dar maior controle sobre a região amazônica.