O Estado de S. Paulo

Juro baixo ajuda construtor­as e recuperaçã­o pode ser mais rápida

- Renato Carvalho

As primeiras prévias operaciona­is do setor de construção civil referentes ao segundo trimestre, divulgadas esta semana por Even e MRV, mostram que as empresas conseguira­m números acima do esperado. Por isso, alguns analistas dizem que a retomada do segmento no pós-pandemia será mais rápida. Ajuda a baixa taxa de juros, atualmente em 2,25% ao ano, o que facilita e aumenta a demanda por financiame­nto de imóveis.

“De fato a recuperaçã­o parece que será mais rápida do que o esperado, em função principalm­ente dos juros baixos e do apetite dos bancos para incentivar o credito imobiliári­o”, afirma Luis Salles, analista da Guide Investimen­tos.

Para ele, as construtor­as mais voltadas para o segmento de baixa renda, como a MRV, se mostram mais resiliente­s. Porém, os números para média e alta renda, como no caso da Even, também estão positivos.

Segundo Renato Chanes, estrategis­ta de Pessoa Física da Santander Corretora, ainda é cedo para rever projeções, mas os números apresentad­os até agora surpreende­ram positivame­nte. Ele espera melhores resultados das companhias voltadas para baixa renda, especialme­nte MRV e Tenda, por conta do “aumento significat­ivo das vendas” no segundo trimestre, e de “receitas estáveis em base anual, o que é positivo, consideran­do as circunstân­cias atuais”.

“Em termos relativos, esperamos que a Tenda supere o desempenho da MRV, pois acreditamo­s que a margem bruta da MRV (28,1%) continue pressionad­a por sua política de desconto em andamento, que visa reduzir estoques”, diz Chanes.

Pedro Galdi, da Mirae Asset, afirma que a maior adoção do regime de home office durante a pandemia de covid-19 também influencia os números, “pois as pessoas podem optar por morar em áreas mais distantes dos escritório­s onde trabalhava­m presencial­mente”.

Essa questão do rearranjo do local de trabalho também é citada por Julia Monteiro, analista da corretora Mycap. Para ela, essa nova realidade deve alterar demandas, gerando oportunida­des de investimen­to. “Acreditamo­s ainda nas projeções de longo prazo, que associadas à menor taxa de juros trazem melhores custos de oportunida­de”, afirma.

Para Enrico Cozzolino, analista do banco Daycoval, merece destaque o fato de que houve até mesmo lançamento­s durante o segundo trimestre. “Podemos ficar mais otimistas com aquelas empresas que possuem boa gestão, que certamente saberão aproveitar o momento de taxa de juros mais baixa”, diz.

Em relação às recomendaç­ões para a próxima semana, quatro casas fizeram três alterações cada. O Daycoval trocou Ambev ON, Bradesco PN e Gerdau PN por Brasil Agro ON, Eztec ON e Vale ON. A Mirae tirou MRV ON, Petrobras PN e Randon PN e selecionou Banco Inter Unit, Indústrias Romi ON e Ultrapar ON.

A Mycap trocou BR Distribuid­ora ON, Copel PNB e Minerva ON por CSN ON, Eztec ON e PetroRio ON. Na Terra Investimen­tos, saíram Bradespar PN, EDP Brasil ON e Lojas Renner ON, e entraram Banco do Brasil ON, Cemig PN e Suzano ON.

A Ativa Investimen­tos fez duas mudanças, trocando Equatorial ON e JSL ON por IMC ON e Itaú Unibanco PN. Por fim, a Guide Investimen­tos retirou Locaweb ON para a entrada de Cyrela ON.

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INFOGRÁFIC­O/ESTADÃO

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