O Estado de S. Paulo

Após 2 meses de deflação, IPCA de junho sobe 0,26%

- / DANIELA AMORIM e CÍCERO COTRIM

A alta nos preços dos combustíve­is explica boa parte da virada na inflação oficial do País em junho. Após dois meses de deflações, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a subir, fechando junho em 0,26%, segundo os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

O índice havia recuado em abril (-0,31%) e em maio (0,38%) por conta dos efeitos da paralisia na economia provocada pela pandemia da covid-19. Apesar da aceleração em junho, o resultado ainda ficou perto do piso das estimativa­s dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam uma inflação mediana de 0,30%.

“A taxa positiva foi sustentada pela alta do preço do petróleo no mercado internacio­nal”, lembrou o estrategis­ta-chefe do Banco Mizuho para América Latina, Luciano Rostagno.

Segundo ele, a recuperaçã­o gradual da economia não cria riscos para o cenário inflacioná­rio, que permanece benigno. A elevada ociosidade da capacidade de produção deve manter as leituras de inflação baixas pelos próximos meses, e o IPCA chegará ao fim de 2020 com alta de 1,6%, para acelerar a 3,0% somente ao fim de 2021, previu.

O resultado da inflação é fundamenta­l para as análises do Banco Central sobre o comportame­nto da taxa de juros.

Em junho, a alta de 3,24% no preço da gasolina deu o principal impulso ao IPCA, mas também houve pressão dos reajustes dos medicament­os e do encarecime­nto das carnes. Por outro lado, as passagens aéreas mais baratas ajudaram a conter a inflação.

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