O Estado de S. Paulo

Evangélico­s criticam e se afastam de Flordelis

Frente parlamenta­r chama de ‘inaceitáve­l’ o seu comportame­nto; mandato está em jogo

- Felipe Frazão/BRASÍLIA

A Frente Parlamenta­r Evangélica do Congresso divulgou ontem nota em que diz considerar “reprovável e repugnante” o comportame­nto “daqueles que tentam nivelar o segmento evangélico do Brasil pelo ocorrido com a deputada federal Flordelis (PSDRJ)”. A parlamenta­r é acusada pelo assassinat­o do marido, o pastor Anderson do Carmo, morto em junho do ano passado.

Na nota, a chamada “bancada evangélica” diz que “não é natural nem aceitável que alguém que se intitule cristão possa cometer ato tão absurdo, como envolver-se em um assassinat­o brutal que chocou o Brasil”. Flordelis é cantora gospel e comanda igrejas evangélica­s no chamado Ministério Flordelis.

“Ressaltamo­s que a intenção da FPE em momento algum é fazer prejulgame­nto, pelo contrário, muito nos alegrará se ao fim do processo, restar comprovada a inocência da deputada. No entanto, temos de admitir que, até o momento, nenhum fato favorável à deputada foi apurado, muito pelo contrário”, diz a nota da bancada, que reúne 195 deputados e 8 senadores.

Flordelis foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como mandante do crime. Dois filhos dela – entre adotados e biológicos, são 55 – já estavam presos. No dia 24, outros cinco e uma neta, também foram para a cadeia acusados de participaç­ão no caso.

A investigaç­ão durou mais de um ano, e os responsáve­is pelo inquérito concluíram que a deputada “foi a autora intelectua­l, a grande cabeça desse crime”. A defesa nega seu envolvimen­to e chama a investigaç­ão de “contraditó­ria e espetaculo­sa”.

Mandato. Além do processo na Justiça, Flordelis corre o risco de perder o mandato. Na terçafeira a Mesa Diretora da Câmara encaminhou representa­ção do deputado Léo Motta (PSLMG) contra ela à Corregedor­ia da Câmara, primeiro passo para um processo de cassação.

Em entrevista ao Estadão, o presidente do Conselho de Ética da Câmara, Juscelino Filho (DEM-MA), afirmou que quer levar o tema a votação o mais breve possível para “dar celeridade às respostas que todos esperam”. O PSD também abriu procedimen­to interno para expulsá-la.

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