Evangélicos criticam e se afastam de Flordelis
Frente parlamentar chama de ‘inaceitável’ o seu comportamento; mandato está em jogo
A Frente Parlamentar Evangélica do Congresso divulgou ontem nota em que diz considerar “reprovável e repugnante” o comportamento “daqueles que tentam nivelar o segmento evangélico do Brasil pelo ocorrido com a deputada federal Flordelis (PSDRJ)”. A parlamentar é acusada pelo assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, morto em junho do ano passado.
Na nota, a chamada “bancada evangélica” diz que “não é natural nem aceitável que alguém que se intitule cristão possa cometer ato tão absurdo, como envolver-se em um assassinato brutal que chocou o Brasil”. Flordelis é cantora gospel e comanda igrejas evangélicas no chamado Ministério Flordelis.
“Ressaltamos que a intenção da FPE em momento algum é fazer prejulgamento, pelo contrário, muito nos alegrará se ao fim do processo, restar comprovada a inocência da deputada. No entanto, temos de admitir que, até o momento, nenhum fato favorável à deputada foi apurado, muito pelo contrário”, diz a nota da bancada, que reúne 195 deputados e 8 senadores.
Flordelis foi denunciada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como mandante do crime. Dois filhos dela – entre adotados e biológicos, são 55 – já estavam presos. No dia 24, outros cinco e uma neta, também foram para a cadeia acusados de participação no caso.
A investigação durou mais de um ano, e os responsáveis pelo inquérito concluíram que a deputada “foi a autora intelectual, a grande cabeça desse crime”. A defesa nega seu envolvimento e chama a investigação de “contraditória e espetaculosa”.
Mandato. Além do processo na Justiça, Flordelis corre o risco de perder o mandato. Na terçafeira a Mesa Diretora da Câmara encaminhou representação do deputado Léo Motta (PSLMG) contra ela à Corregedoria da Câmara, primeiro passo para um processo de cassação.
Em entrevista ao Estadão, o presidente do Conselho de Ética da Câmara, Juscelino Filho (DEM-MA), afirmou que quer levar o tema a votação o mais breve possível para “dar celeridade às respostas que todos esperam”. O PSD também abriu procedimento interno para expulsá-la.