BNDES começa venda de fatia de R$ 8 bi na Suzano
OBanco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) escolheu o JPMorgan como o coordenador líder para a venda de suas ações da Suzano. A operação colocará nos cofres do banco de fomento R$ 8 bilhões via uma nova oferta de ações, programada para as próximas semanas. O processo de seleção do responsável pela operação ocorreu em duas fases. Cinco bancos receberam a carta convite para realizarem uma proposta e três foram selecionados: Credit Suisse, JPMorgan e Bank of America. Como o JP ofereceu a menor taxa, o chamado “fee”, no jargão do mercado, estará à frente da oferta. O restante do sindicato será definido pelo banco norte-americano. Procurado, o BNDES disse que não comenta sua estratégia relacionada a empresas abertas em Bolsa.
» #SQN. Havia a expectativa de que, assim como fez com a Vale, o BNDES concretizasse a venda por meio de um leilão de Bolsa, o chamado “block trade”. A oferta da Suzano, porém, poderá envolver uma tranche primária – ou seja, a venda de novas ações, com o dinheiro indo ao caixa da empresa.
» Indiana. Na fila de espera de vendas a serem feitas pelo BNDES estão a participação na Klabin, ações da Petrobrás (que ainda não estão no preço considerado certo) e também da Vale. O banco ainda não pode vender a participação na mineradora, já que se comprometeu a esperar 90 dias para fazer a oferta, após a última venda, realizada em agosto. Além disso, parte desses papéis precisa ser liberada com o fim do acordo de acionistas da Vale, em novembro.
» Outra fila. Os processos de oferta inicial de ações das subsidiárias da Cyrela – Lavvi (concluída nesta semana), Cury e Plano & Plano (em andamento) – começam a passar pelo escrutínio de investidores. Três gestoras de recursos que participaram da oferta da Lavvi tiraram a indicação de ancoragem para o lançamento da Cury, apesar de terem mantido ordens de compra. Âncoras são investidores que se comprometem a comprar ações logo na etapa inicial do processo. É uma demonstração de confiança no negócio.
» Ação e reação. O descontentamento ocorreu após a estreia da Lavvi na Bolsa na quarta-feira. A ação fechou com queda de 5%, mas chegou a encolher 15% no dia.
» Questão de preço. No caso da Cury, contudo, investidores reconhecem que se trata de uma empresa sólida. Ela é considerada a quarta força do mercado imobiliário no segmento de baixa renda, que produz imóveis dentro do Casa Verde e Amarela (novo nome do Minha Casa Minha Vida), atrás apenas de MRV, Tenda e Direcional. A Cury busca avaliação entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões na B3, ante lucro líquido de R$ 204 milhões no ano passado. Procuradas, Cyrela e Cury não comentaram o assunto.
» Filas e mais filas. Com mais de uma centena de processos na fila para julgamento, o colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) completou oito meses com um diretor a menos. Apesar de o nome do advogado Alexandre Rangel ter sido aprovado em abril, até hoje ele não assumiu o posto deixado por Carlos Rebello em 31 de dezembro.
» Apagão de sabatinas. O candidato a diretor da xerife do mercado de capitais aguarda ser convocado para sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O último a passar pelo crivo foi Fábio Kanczuk (foto) para exercer o cargo de diretor do Banco Central em 29 de outubro de 2019, ou seja, bem antes da pandemia.
» Sem perspectivas. À Coluna, a Presidência do Senado informou que não há previsão de realização de sabatina de indicados na CAE, ao contrário de outras, como a Comissão de Relações Exteriores (CRE) e a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), que terão sabatinas nos dias 21 e 22 de setembro.
» Enquanto isso... Além de dificultar o andamento dos trabalhos na cúpula da CVM, que tem de lidar com casos complexos como os da Petrobrás e da JBS, a demora na aprovação de Rangel tem como consequência a redução de seu mandato. Ele não será prorrogado, por conta do atraso da CAE. Dos cinco anos previstos, restam apenas quatro anos e quatro meses.
15% foi quanto os papéis da Lavvi, subsidiária da Cyrela, chegaram a cair no dia de sua estreia na Bolsa