Governo patina em ação sobre a Amazônia
Ogoverno não está conseguindo reagir às campanhas, principalmente na Europa, que o apontam como vilão no enredo de preservação da Amazônia. A estratégia pensada pelo ministro Fábio Faria (Comunicações), de anúncios na programação das emissoras europeias com a defesa da gestão Bolsonaro, como a Coluna mostrou em julho, ainda não andou. A falta de recursos da pasta neste ano tem inviabilizado a ação. A expectativa é de uma campanha internacional em 2021, quando o orçamento para publicidade oficial deve ser quadruplicado.
» Vão livre. Enquanto o governo patina, seus adversários deitam e rolam. Nesta semana, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil lançou vídeo, narrado em inglês, com a pergunta: “De que lado você está: Amazônia ou Bolsonaro?”.
» Pressão. O mote da campanha é atrelar a destruição da floresta ao financiamento estrangeiro e, assim, constranger empresas internacionais a mudar suas relações com o Brasil.
» Vai que... Para driblar a falta de recursos, o governo busca o apoio de agentes privados. Interlocutores do Conselho da Amazônia entraram em contato com empresários para dar publicidade à “agenda positiva” do meio ambiente lá fora.
» …cola. Mas, para alguns deles, de nada adianta fazer campanha no exterior se ainda não há números positivos para se mostrar. Então, por ora, tudo segue no campo das ideias.
» No horizonte. Diplomatas e servidores envolvidos com as articulações pela retomada do Fundo Amazônia projetam que ele só deve ser reativado, de fato, no ano que vem.
» Papel. Além da questão política, há também trâmites burocráticos que foram interrompidos e agora precisam ser retomados, como a análise de contratos.
» Efeito Orloff? Com Sérgio Moro sem a caneta na mão, o ministro do Supremo Edson Fachin está tomando o lugar do ex-juiz no topo da lista de desafetos dos advogados e dos apoiadores de Lula. “Fachin está agindo de forma tão parcial quanto o ex-juiz”, diz Marco Aurélio de Carvalho, do Prerrogativas.
» De leve. A peculiaridade da nova briga entre Paulo Guedes e Rodrigo Maia é que, desta vez, ela causou apenas uma marolinha no mundo político. Parlamentares alinhados ao governo e palacianos estavam com os panos quentes, mas a turma do deixa disso nem sequer precisou entrar em campo desta vez.
» Em paz. A fala de Rodrigo Maia, diferentemente de outros momentos, não foi incendiária para o governo. Pelo contrário, o presidente da Câmara demonstrou ter um bom diálogo com o Planalto, e foi só elogios ao ministro Luiz Eduardo Ramos. Na prática, o rompimento ajuda a isolar Guedes.
» Vida... O neobolsonarista Roberto Jefferson entrou na parada para proibir a advogada Ana Paula Lupino, de seu PTB, de ser a vice do petista Luiz Marinho, candidato a prefeito de São Bernardo do Campo.
» ...dura. A propósito, Marinho passou um perrengue, conforme vídeo que circula em redes sociais, ao ser abordado, em campanha, por homem que o critica e diz que o PT está na Lava Jato: “Bolsonaro vai tirar vocês todos daí.”