Interpol prende suspeito de ataque ao Porta dos Fundos
Eduardo Fauzi foi detido na Rússia, para onde viajou em dezembro após lançar coquetéis molotov na sede da produtora
A Interpol prendeu ontem em Moscou, na Rússia, o economista Eduardo Fauzi, suspeito de participar do ataque com coquetéis molotov à sede da produtora do Porta dos Fundos, na zona sul do Rio, em dezembro do ano passado. Fauzi deixou o País em 29 de dezembro, cinco dias após o ataque e um dia antes de ter a prisão decretada pela Justiça.
Desde então, ele estava na lista de Difusão Vermelha da Interpol. Fauzi foi identificado como um dos cinco autores do atentado pela Polícia Civil do Rio, que conduziu a investigação, após ser flagrado por câmeras de segurança deixando o veículo usado na fuga.
Um ofício do Núcleo de Cooperação Policial Internacional da PF foi enviado às autoridades brasileiras informando sobre a detenção de Fauzi. “Informo que foi iniciado os procedimentos para dar início ao processo de extradição pelas vias diplomáticas conforme solicitação da nossa congênere em Moscou, Rússia”, escreveu a PF.
O Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que aguarda uma solicitação formal do pedido de extradição por parte do Poder Judiciário do Rio de Janeiro, responsável pelas investigações contra Fauzi, e só então encaminhará o pedido de extradição ao governo russo.
Até a conclusão desta edição, o Tribunal de Justiça do Rio, no entanto, afirmou que não havia sido comunicado sobre o cumprimento da ordem de prisão temporária. O caso ainda está na fase inquérito.
Em nota, o escritório ROR Advocacia Criminal, que defende Fauzi, disse que ele não foi preso e “sim alvo de uma apreensão realizada pelas autoridades russas, visando a averiguação da situação dele.” A defesa de Fauzi afirmou que está acompanhando os procedimentos envolvendo a investigação sobre o atentado e destacou que há um habeas corpus pendente no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para revogar o pedido de prisão contra o economista. “A defesa lamenta a morosidade na conclusão das investigações, não se sustentando o decreto prisional, por total ausência de provas sobre a justa causa penal”, afirmaram os advogados.
Em fevereiro, o desembargador José Muiños Piñeiro Filho, da 6.ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, negou salvo-conduto a Fauzi afirmando ser incontroverso que o ataque ao Porta dos Fundos foi um ato criminoso. O ministro Rogerio Schietti Cruz, do STJ, também negou o pedido de liminar em habeas corpus apresentado pela defesa.
Em nota, o Porta dos Fundos diz esperar que “essa prisão venha acelerar a identificação e a punição dos outros quatro procurados pelo ataque à sede do grupo”.