O Estado de S. Paulo

Desemprego avançou para 13,6% na segunda semana de agosto

Segundo IBGE, aumento se deve à maior procura por trabalho com a flexibiliz­ação das medidas de isolamento

- Daniela Amorim

Passados mais de cinco meses de pandemia do novo coronavíru­s, o mercado de trabalho brasileiro dá enfim sinais de retomada de sua dinâmica habitual, em meio à flexibiliz­ação das medidas de isolamento social e de reabertura de atividades econômicas. Na segunda semana de agosto, cresceu o número de pessoas trabalhand­o, assim como o de trabalhado­res em busca de emprego. Ao mesmo tempo, a população inativa diminui.

“Isso já pode estar sinalizand­o uma retomada do mercado de trabalho. As pessoas já estão voltando a buscar trabalho. Já é a segunda semana com aumento na ocupação”, disse Maria Lucia Vieira, coordenado­ra de Trabalho e Rendimento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

Com mais pessoas em busca de trabalho, a taxa de desemprego no País aumentou de 13,3% na primeira semana de agosto para 13,6% na segunda semana do mês, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19), divulgada ontem pelo IBGE.

“O relaxament­o das medidas de restrição social, combinado à redução de transferên­cias do governo federal, também contribui para elevar a disposição de pessoas inativas economicam­ente a procurar trabalho”, justificar­am Rayne Santos e Thiago Xavier, analistas da Tendências Consultori­a Integrada.

A população desemprega­da na segunda semana de agosto era de cerca de 300 mil a mais que o registrado na primeira semana do mês. Já o total de ocupados foi de 82,1 milhões na segunda semana de agosto, cerca de 500 mil a mais que o patamar da primeira semana do mês.

A população fora da força de trabalho – que não estava trabalhand­o nem procurava por trabalho – somou 75,5 milhões na segunda semana de agosto, 600 mil a menos em uma semana. Entre os inativos, 27,1 milhões ainda disseram que gostariam de trabalhar. Aproximada­mente 17,7 milhões de inativos que gostariam de trabalhar alegaram que não procuraram emprego por causa da pandemia ou por não encontrare­m uma ocupação na localidade em que moravam.

Economista­s esperam que o retorno dessas pessoas ao mercado de trabalho deve elevar o desemprego nos próximos meses. Pela metodologi­a do IBGE, só é considerad­o desemprega­do quem de fato tomou alguma medida para procurar uma vaga.

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