PEUGEOT 208 CHEGA COM NOVA PLATAFORMA
Nova geração do hatch vem da Argentina, tem motor 1.6 flexível, câmbio automático e preços a partir de R$ 74.990
A vida na selva não é fácil, nem mesmo para um leão que, se não tiver o ímpeto necessário e garras afiadas, pode perder o posto de rei da floresta rapidamente. Foi o que aconteceu com os Peugeot 207 e 208 vendidos no País. Eles não tinham o rugido do 206, que chegou fazendo barulho em 1999. Mas a nova linhagem, que começa a ser vendida no Brasil, importada da Argentina, tem tudo para subir ao topo da cadeia alimentar – se não em vendas, em qualidades a serem batidas. O novo 208 chega em três versões: Active, por R$ 74.990 (ou R$ 82.490 com o kit Active Pack), Allure, a R$ 89.990, e Griffe, a R$ 94.990.
O primeiro ponto positivo do novo Peugeot é o desenho. Em um mundo dominado pelo generalista Chevrolet Onix e pelo controverso Hyundai HB20, a personalidade das linhas da nova geração do 208 é algo que não dá para ignorar. Nem mesmo o maior dos detratores de carros tem como negar que os faróis, com uma espécie de dente de LEDS, e as lanternas traseiras unificadas no melhor estilo da alemã Porsche combinam feito queijo e goiabada.
A outra qualidade que o fará se destacar no segmento dos hatches compactos é o acabamento. Nunca houve no Brasil um carro dessa categoria com o padrão do novo 208. Os botões de comando no console, inspirados na aviação, são iguais aos do 3008. Há plástico macio, plástico imitando fibra de carbono, acabamento metalizado e em preto brilhante, tudo formando um conjunto moderno e ao mesmo tempo bastante refinado.
Mas como sempre há um “mas”, a Peugeot manteve o motor 1.6 que, na essência, é o mesmo do 206 de 1999, melhorado. Apesar das expectativas, o moderno 1.2 THP turbo de 130 cv não veio, por causa do dólar cotado acima dos R$ 5.
Com etanol, o 1.6 gera 118 cv e 15,5 mkgf. O câmbio é o automático de seis marchas. Não é um motorzinho qualquer e não deixa o carro “manco”, mas não dá a esportividade que o desenho do novo 208 inspira.
Recheado de equipamentos desde a versão de entrada, o modelo vem de série com itens como luzes de LEDS de uso diurno, rodas de liga leve de 16 polegadas, volante multifuncional, central multimídia com tela de sete polegadas e controles eletrônicos de estabilidade e tração. O Active Pack acrescenta ar-condicionado digital, teto solar e câmera na traseira.
A partir da versão Allure, há o i-cockpit 3D, que deixa o painel de instrumentos com efeito de três dimensões muito legal e igualmente prático. A opção intermediária tem, também, carregamento de celular por indução (sem cabo), volante e bancos de couro, rodas de 16 polegadas diamantadas e abertura e fechamento sem uso de chave.
A Griffe, de topo da gama, acrescenta acionamento automático dos faróis e limpadores de para-brisa, faróis de LEDS, sensores de obstáculos e câmeras de 180°. Há ainda sistema de frenagem automática de emergência, alerta de risco de colisão frontal, controlador de velocidade adaptativo e leitor de placas de sinalização da via.
Nova plataforma. O 208 usa a plataforma CMP, feita em conjunto com a chinesa Dongfeng e presente em todos os novos compactos de Peugeot, Citroën e Opel (que formam o Grupo PSA). Essa base substitui a PF1, que chegou com o 206.
Portanto, quem estava acostumado àquele conjunto mais mole e com rolagem de carroceria em curvas, esqueça. A CMP traz o padrão europeu de condução, que geralmente tira nota 7 em buracos e 9,5 em curvas.
Elétrico. A Peugeot tinha duas opções para servir como vitrine do novo 208: trazer uma versão turbinada, esportiva, ou ousar ainda mais. E, que bom que a marca optou pela segunda.
O novo Peugeot esportivo no Brasil é o 208 E-GT. O hatch elétrico virá no ano que vem, com motor de 136 cv. A marca não informou o preço, mas já dá para reservar nas autorizadas.
O 208 E-GT tem 26,5 mkgf de torque e pode acelerar de 0 a 100 km/h em 8 segundos. Há quatro modos de condução: Drive, Eco, Sequencial e Sport e a autonomia é de 340 km no ciclo WLTP, norma que simula condições reais de uso. As informações são da fabricante.