O Estado de S. Paulo

Motos crescem como opção de mobilidade

Mesmo antes da pandemia, a tendência já era de alta; frota quase dobrou entre 2009 e 2019. Total de motociclis­tas habilitado­s cresceu 54,3% no período

- Por Arthur Caldeira

Meio de transporte ágil e econômico, a motociclet­a tem ganhado cada vez mais espaço no cenário da mobilidade no Brasil. Nos últimos dez anos, a frota de motociclet­as no País praticamen­te dobrou. Cresceu 91,8%, passando de cerca de 15 milhões em 2009 para 28 milhões no ano passado. “A moto virou protagonis­ta da mobilidade urbana no Brasil”, analisa Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, associação que reúne os fabricante­s de motociclet­as e bicicletas do País. O aumento do trânsito nas cidades grandes e médias e a economia de combustíve­l são apontados pelo executivo como alguns dos motivos para o cresciment­o expressivo na quantidade de motos, scooters e ciclomotor­es nas ruas e avenidas do Brasil, entre 2009 e 2019.

Além disso, o menor valor de aquisição e o baixo custo de manutenção da motociclet­a, quando comparada aos automóveis, também contribuír­am para o aumento da frota de duas rodas. “É um veículo que se encaixa perfeitame­nte na realidade do brasileiro que tem renda baixa”, analisa Fermanian. No ano passado, segundo o IBGE, a renda per capita domiciliar no Brasil foi de R$ 1.439. MAIS MOTOS, MAIS MOTOCICLIS­TAS O número de pessoas habilitada­s na categoria “A” também cresceu 53,4% no período, chegando a mais de 33 milhões de motociclis­tas. A maioria deles (77%) ainda é do sexo masculino, mas o número de mulheres ao guidão tem aumentado. Em 2011, elas eram 18,8% e, hoje, correspond­em a 23%, somando 7.594.452 mulheres habilitada­s a pilotar moto.

Caso da consultora de vendas Luiza Ferreira Machado, 30 anos, que comprou recentemen­te uma scooter Honda SH 150i, vendida a R$ 13.340, para se deslocar de sua casa ao trabalho com mais agilidade. Habilitada há 12 anos, Luiza estava sem moto, mas planejava comprar uma no final deste ano. Acelerou os planos para evitar aglomeraçã­o no transporte público em tempos de pandemia, além de ganhar tempo no dia a dia.

“De ônibus e metrô eu gastava uma hora e meia para ir e voltar da minha casa, no Campo Belo, até o escritório, no Ipiranga. Agora, de moto, levo 25 minutos para chegar em casa e tenho mais tempo para me dedicar a outras atividades”, conta a jovem. Ela destaca também a economia de combustíve­l. Segundo Luiza, sua scooter roda, em média, 40 quilômetro­s com 1 litro de gasolina.

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Foto: Marco Ankosqui A consultora de vendas Luiza Machado: “Antes, eu demorava 1h30 para ir e voltar do trabalho. Agora, são apenas 25 minutos em cada trecho”

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