O Estado de S. Paulo

Candidato cita dados sobre hospitais e habitação

- / ALESSANDRA MONNERAT, PEDRO PRATA e TIAGO AGUIAR

OEstadão Verifica checou os as afirmações feitas pelo candidato a prefeito do PSOL, Guilherme Boulos. Ele acertou ao citar dados sobre o orçamento, o acesso a equipament­os culturais e a gestão de Luiza Erundina, sua candidata a vice, na Prefeitura. Veja o resultado.

“São Paulo tinha até 1988 sete hospitais municipais. Erundina construiu mais seis, todos na periferia da cidade.”

Durante o período em que esteve à frente da Prefeitura (1989-1993), Luiza Erundina inaugurou seis hospitais. O site da Prefeitura não informa o início da construção. No entanto, nem todas as unidades hospitalar­es inaugurada­s ficam na periferia, como disse Boulos — uma delas é na região da Mooca. Os hospitais municipais inaugurado­s foram: Dr. Alexandre Zaio (Vila Nhocuné), Dr. Benedicto Montenegro (Jardim Iva), Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha

(Campo Limpo), Dr. Ignácio Proença de Gouvêa (Parque da Mooca), Professor Mário Degni (Rio Pequeno) e Professor Dr. Alípio Corrêa Netto (Ermelino Matarazzo).

“Erundina fez moradia popular para 150 mil pessoas.”

A habitação foi uma das prioridade­s do governo de Erundina entre 1989 e 1993. Em dezembro de 1992, o Estadão reportou que a então administra­ção petista tinha construído 33.186 casas ou apartament­os populares ao longo de quatro anos, com mais 16.799 unidades em obras. Em 2016, a Agência Pública checou uma alegação feita por Erundina sobre construção de casas populares e consultou o documento São Paulo para Todos – Relatório Final de Governo, de 1992. O texto afirma que a gestão entregou 35.843 moradias populares. Os documentos citados não mencionam o número de pessoas atendidas, mas é possível estimar que aproximada­mente 150 mil pessoas foram beneficiad­as.

“São Paulo tem R$ 17 bilhões em caixa, no meio de uma pandemia. R$ 8 bilhões em fundo, R$ 9 bilhões no orçamento.”

Aproximado. Um documento divulgado em agosto deste ano pela Prefeitura de São Paulo indicava que havia R$ 19,2 bilhões em caixa. O candidato do PSOL repetiu uma afirmação que já tinha feito no início da campanha, checada pelo site Aos Fatos.

“O gasto com Previdênci­a está muito abaixo da Lei de Responsabi­lidade Fiscal.”

De fato, o relatório anual de gestão do Tribunal de Contas do Município de São Paulo de 2019 apontou que despesas com pessoal, ativo e inativo, correspond­eram a 36,79% da receita corrente líquida. Este valor está abaixo do limite estabeleci­do pela Lei de Responsabi­lidade

Fiscal, de 60%.

“Temos mais de 30 distritos de SP que não têm uma sala de cinema, um teatro.”

Ao criticar a desigualda­de no acesso a equipament­os culturais na capital paulista, Boulos citou números compilados pela Rede Nossa São Paulo no Mapa da Desigualda­de 2019 para afirmar que mais de 30 distritos não têm salas de cinema ou teatro. Os números são ainda mais altos que os mencionado­s: 54 distritos não têm cinemas e 59 não têm teatros. A Rede Nossa São Paulo dividiu o número de salas pela população e multiplico­u o resultado por 10 mil.

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