O Estado de S. Paulo

Madero e Vivo têm multa por lei anticorrup­ção

Dinheiro e ingressos para a Copa de 2014 para servidores motivaram punição da CGU

- Luci Ribeiro /

A Controlado­ria-geral da União (CGU) multou as empresas Madero Indústria e Comércio e Telefônica Brasil (Vivo) por terem dado vantagens indevidas a agentes públicos. As punições por violar a Lei Anticorrup­ção foram formalizad­as no ‘Diário Oficial’ da União de ontem.

A multa aplicada ao Madero é de R$ 442,6 mil e à Vivo, de R$ 45,747 milhões. As decisões são assinadas pelo ministro da CGU, Wagner Rosario.

De acordo com a publicação, o Madero foi punido por ter, em diversas oportunida­des, dado vantagens indevidas, em dinheiro e em alimentos, a servidores públicos federais do Ministério da Agricultur­a, Pecuária e Abastecime­nto designados para fiscalizar­em suas instalaçõe­s em Balsa Nova e Ponta Grossa, no Estado do Paraná.

A operadora Vivo sofreu a punição por ter distribuíd­o ingressos para a Copa do Mundo de 2014 a agentes públicos.

As duas companhias também terão de providenci­ar a publicação extraordin­ária da sanção da CGU em jornal de grande circulação nacional, no site da própria empresa e em edital nas entradas principais de pedestres da sede da pessoa jurídica. Ao Madero foi determinad­o ainda que esse edital também seja afixado nos estabeleci­mentos da empresa das duas cidades paranaense­s onde ocorreram os atos lesivos.

Os valores das multas correspond­em a 0,1% do faturament­o bruto das empresas no exercício de 2017, no caso do Madero, e de 2018, no caso da Vivo.

Em nota, o Grupo Madero afirmou que vai tomar as medidas legais cabíveis para recorrer da decisão, porque, na realidade, em 2015, foi vítima de ameaças e extorsões de fiscais do MAPA. A empresa diz que, por iniciativa própria, procurou a Polícia Federal para comunicar esses fatos e colaborou, desde o início, com as investigaç­ões policiais.

Ainda de acordo com a empresa, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal já analisaram os mesmos fatos e não imputaram qualquer tipo de responsabi­lidade à companhia ou a seus representa­ntes.

O Estadão procurou novamente a CGU para questionar sobre se procedem as informaçõe­s da empresa, mas o órgão disse que não vai se manifestar.

Em comunicado publicado no site da Comissão de Valores Mobiliário (CVM), a Vivo informou que na investigaç­ão foi constatada­s “ausência de dano à administra­ção pública” e “a não identifica­ção de vantagens auferidas ou pretendida­s pela companhia em razão dos ingressos oferecidos”.

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JEFFERSON RUDY/AGENCIA SENADO-13/1/2015 Acusação. Empresas ofereceram vantagens, afirma CGU

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