O Estado de S. Paulo

Na adolescênc­ia, violão, esportes e bailes de debutantes

- / J.S.

Filhos de militares, os ministros Jorge Oliveira, o Ginho, e Wagner Rosário, o Dag, eram mais próximos entre os integrante­s da turma de 92, até por morarem em quadras residencia­is destinadas a integrante­s do Exército em Brasília. O ministro-chefe da Secretaria-Geral costumava fazer sucesso cantando Beatles e Legião Urbana ao violão.

Foi graças ao instrument­o, aliás, que Jorge conseguiu se eleger como vice-presidente da Sociedade Recreativa Literária, uma espécie de grêmio do Colégio Militar, após fazer uma campanha até hoje lembrada pelos colegas. No cargo, organizava concursos de poesias, competiçõe­s esportivas e festas, chamadas de “recotecas”.

O colega Paulo Bandeira, hoje produtor de eventos, era o diretor social. “Era uma discoteca dentro do colégio, uma forma que os alunos tinham de interagir com a sociedade, já que não havia meninas. Eram festas famosas porque na época Brasília não tinha tantas opções de entretenim­ento”, disse Jorge.

Outra diversão para Ginho e

Dag eram festas de debutantes. Entre o final dos anos 1980 e início dos 1990, as mães ligavam para a escola pedindo a participaç­ão dos alunos para dançarem com suas filhas, vestidos com os trajes de gala do Colégio Militar.

Wagner, por sua vez, se destacava nos esportes. Na Aman, era da equipe de atletismo e disputava corridas de 400 metros rasos.

Filho de um funcionári­o do Banco do Brasil, Tarcísio vivia no Lago Norte e costumava ficar longe das festas. Mais tímido, preferia se restringir ao trajeto de casa para o colégio. “Eu era ovelha desgarrada. Era um bicho do mato, mais nerd. Ia do colégio para o Lago Norte, e do Lago Norte para o colégio. Não tinha aquela convivênci­a com o pessoal das quadras militares.”

A desenvoltu­ra com que o ministro da Infraestru­tura aparece em vídeos falando das obras de sua pasta surpreende até os colegas de turma, que até torcem para ele se lançar candidato ao governo do Distrito Federal. “Não tem a menor possibilid­ade. Não é minha praia. No ministério, eu consigo fazer um trabalho técnico. Não posso ficar pensando em política, que é algo que não me interessa, não tenho a menor pretensão”, disse.

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