O Estado de S. Paulo

Maersk quer crescer no País em logística terrestre

- CRISTIAN FAVARO, EDUARDO LAGUNA, CYNTHIA DECLOEDT E FERNANDA GUIMARÃES

Maior empresa de logística integrada do mundo, a dinamarque­sa Maersk busca oportunida­des de aquisições para ampliar seu portfólio no Brasil. O grupo passa por uma reestrutur­ação no mundo e quer crescer fora de seu negócio principal, o transporte de longas distâncias. Por conta das transforma­ções globais, Julian Thomas assumiu, em setembro, a presidênci­a do grupo em Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Ele havia sido diretor superinten­dente da Hamburg Süd e Aliança Navegação e Logística, adquiridas pela Maersk em 2017. Segundo Thomas, o grupo está monitorand­o oportunida­des para aquisições de companhias no segmento de transporte terrestre, sobretudo voltadas à estocagem de produtos e com robusto sistema de distribuiç­ão.

» Outros mundos. A Maersk está investindo de forma intensa para depender menos de longas distâncias. Ela já atua no mercado “end to end” (de ponta a ponta) e o objetivo é crescer na área em capacidade, armazenage­m e sistemas, incluindo-se aí a compra de empresas globais. Nos últimos 12 anos, a Maersk investiu US$ 7,5 bilhões no País.

» Cair e levantar. A pandemia teve efeito duro sobre os negócios da Maersk no Brasil no segundo trimestre, com queda de quase 12% no comércio internacio­nal. Na cabotagem, o tombo foi de 40%. A recuperaçã­o, porém, já está acontecend­o. Por conta das commoditie­s agrícolas, as exportaçõe­s deram sustentaçã­o ao mercado no pior da crise e agora as importaçõe­s também estão voltando.

» Sem intermediá­rio. Breda, Piracicaba­na e Pássaro Marron – junto a outras oito empresas de transporte rodoviário com sócios em comum – lançaram uma plataforma digital para vender passagens, sem as taxas de conveniênc­ia. Pela Mobifácil, o passageiro faz o cartão digital para embarcar no ônibus. A ideia é surfar a onda do PIX, que promete catapultar as transações digitais dos cerca de 45 milhões de brasileiro­s que não usam bancos.

» Perdeu o fôlego. A reabertura das lojas começou a ter impacto negativo no comércio eletrônico em setembro. Mas levantamen­to feito pela Corebiz, especializ­ada em soluções em marketing digital para varejistas, mostra que o saldo positivo do período de isolamento dificilmen­te será apagado este ano.

» ... mas mudou de patamar. No setor de casa e construção, por exemplo, as vendas online caíram 0,5% em setembro frente a agosto. Mas em relação a setembro de 2019, o cresciment­o foi de 97%, para um faturament­o de R$ 8,8 bilhões. Em moda, a queda mensal foi também de 0,5% em setembro, mas no anual houve melhora de 77% no faturament­o, para R$ 5,8 milhões. Em tecnologia, as vendas online continuara­m crescendo em setembro (4%) frente a agosto, enquanto no comparativ­o anual o aumento de 9% levou o faturament­o para R$ 22,6 bilhões.

» Rosie. A pandemia e o grande movimento de renegociaç­ão de dívidas por causa da crise aumentaram o uso de robôs de cobrança. Na AeC, que atua nesse mercado, por exemplo, as cobranças digitais cresceram 60% entre janeiro e agosto, em relação a igual intervalo do ano passado.

» Dos Jetsons. Já o número de robôs na operação teve alta de 140%. O maior volume de cobranças aconteceu entre março a junho, em clientes dos setores de varejo e telecomuni­cações.

» Não me toques. O Banco do Brasil emitiu o recorde de 10 milhões de cartões Visa com tecnologia de pagamento por aproximaçã­o. De acordo com a bandeira, o BB é o primeiro banco no País a alcançar a marca.

» Que tenho medo. Nos últimos seis meses, o uso dos cartões Ourocard Visa do BB com a tecnologia cresceu 81%. Motivo: menor contato físico em tempos de pandemia e a possibilid­ade de uso no transporte público em algumas cidades.

» Funcional. No ano passado, o BB, a Visa e o Metrô do Rio passaram a permitir o pagamento por aproximaçã­o nas 41 estações do metrô na cidade. Foi fundamenta­l para o cresciment­o da tecnologia. A utilização desse tipo de pagamento já foi estendida a outros meios de transporte na região, como trens, barcas e ônibus. Hoje, a modalidade é aceita em 80% dos terminais de pagamento.

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ANDREW TESTA/THE NEW YORK TIMES-11/7/2014
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SERGIO CASTRO/ESTADÃO-17/7/2009
 ?? ANTONIO VICTOR PITA LUZ/ESTADÃO-23/7/2013 ??
ANTONIO VICTOR PITA LUZ/ESTADÃO-23/7/2013

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