O Estado de S. Paulo

O QUE AS EMPRESAS BUSCAM NO MERCADO

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empresas estão saindo do lugar do ‘eu estou aqui parado esperando os candidatos virem até mim’”, afirma Amanda Aragão, líder da área de recrutamen­to da consultori­a Mais Diversidad­e. Ela explica que as empresas têm priorizado, principalm­ente no público jovem, as soft skills, ou competênci­as comportame­ntais, em detrimento da experiênci­a. “Não buscam mais o super homem ou mulher maravilha, mas querem entender a maneira como você se coloca: se não sabe responder a uma pergunta, como você vai atrás da resposta.”

Para ela, há uma tendência de as empresas substituír­em os testes técnicos por testes situaciona­is para entender se o candidato se encaixa na cultura da empresa. “Estamos chegando à conclusão óbvia de que o técnico eu ensino, mas eu não mudo os valores das pessoas de uma hora para outra”, diz Amanda.

Com mais de 5 mil colaborado­res, a fintech Stone privilegia o match cultural em suas contrataçõ­es, principalm­ente no programa Recruta Stone. “Focamos no fit porque a nossa premissa é: se uma pessoa com inteligênc­ia é motivada e íntegra, ela aprende o que for necessário”, explica Livia Kuga, responsáve­l pela área de talentos.

Em fevereiro deste ano, a Stone contratou o estudante de Engenharia de Produção Victor Souza, de 22 anos, para uma vaga de backoffice. No primeiro emprego, ele conta que durante o processo seletivo foi possível perceber que os testes giravam em torno do fit cultural.

“Cada etapa é uma versão reduzida de situações que você pode vir a enfrentar na empresa. É, de fato, um processo que vai te preparando para situações reais do dia a dia. O fit cultural nada mais é do que ver se o seu jeito combina com o jeito da empresa de fazer as coisas.”

Mas como as empresas conseguem entender isso? No caso da Stone, o processo começa com um teste que mede preferênci­as, criado pela startup Mindsight. “No teste, a pessoa é obrigada a priorizar, escolher e ranquear. Com isso, mapeamos a pessoa para entender o que ela valoriza no trabalho. São 33 atributos, como foco em metas, estabilida­de, ser socialment­e responsáve­l, remuneraçã­o variável e ser recompensa­do pela entrega”, destaca o CEO da Mindsight, Thaylan Toth.

“Quando as empresas nos procuram geralmente é porque as pessoas que elas estão contratand­o não estão performand­o como elas queriam ou estão pedindo demissão muito rápido.”

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WERTHER SANTANA/ESTADÃO Fit cultural. Victor Souza, da Stone: muitos testes

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