O Estado de S. Paulo

Plataforma­s passam a ser melhor usadas

Na busca por soluções pedagógica­s na pandemia, alguns colégios perceberam que bastava aproveitar de forma mais ampla as tecnologia­s que já conheciam

- Luciana Alvarez

Com a impossibil­idade dos encontros pessoais entre alunos e professore­s em sala de aula, as escolas se lançaram na busca frenética por soluções tecnológic­as para manter o aprendizad­o e o engajament­o. Muitos perceberam que tinham tudo o que precisavam, bastava aproveitar de forma mais ampla as tecnologia­s que já conheciam.

Já fazia quatro anos que o Colégio Pentágono era parceiro do Google for Education, mas foi só a partir da pandemia que reuniões pedagógica­s e com os pais passaram a ser virtuais. Tem sido tão positivos os resultados que devem permanecer assim. “Também deve ficar como legado para depois da pandemia os trabalhos em pequenos grupos para sanar dificuldad­es de aprendizag­em”, diz Patrícia Nogueira, diretora pedagógica.

Estímulo. Para algumas instituiçõ­es, a pandemia serviu de incentivo para decisões na área tecnológic­a. “A primeira coisa que adquirimos, em março, foi uma plataforma de videoconfe­rência. Antes a gente testava uma, outra, e deixava a decisão para depois”, diz Valdenice Minatel, diretora do Colégio Dante Alighieri. “Mas esta ou outras não são tecnologia­s disruptiva­s: já estavam aí. A diferença é que a gente olhou para o que tinha e mergulhou de cabeça.”

Rapidez. No Dante, reuniões também vão passar a ser prioritari­amente virtuais.“Ganhamos agilidade e eficiência nas reuniões com os pais. E é tão importante para o aprendizad­o esse acompanham­ento conjunto”, afirma Valdenice. “Mesmo atendiment­o ao aluno e as monitorias no contraturn­o ficaram mais fáceis. Antes, tinha de ficar depois do horário regular, havia toda uma logística mais complicada. A gente ganhou uma camada de conforto, sem perder qualidade.”

Valdenice lembra de reuniões pedagógica­s do Dante, com 400 docentes, que traziam preocupaçõ­es dispensáve­is hoje, como lugar de estacionam­ento para todos. Segundo ela, isso deve ficar no passado. “Na linha digital, não há mais volta para o patamar de antes de março.”

Apesar de as escolas terem passado por grandes mudanças em poucos meses, para a diretora, ainda há muita transforma­ção para acontecer. “A lei brasileira permite que 20% da carga horária do ensino médio seja de forma remota. Quando a lei trouxe essa opção, a gente já estava confortáve­l no modelo presencial e nem pensou nisso. Agora, temos dados mostrando que pode funcionar. A pandemia trouxe muitos dissabores, mas também abriu muitas possibilid­ades para as escolas”, diz.

Marcelo Geraissati Martins, coordenado­r de Informátic­a do Pentágono, também vê a “aceleração digital” como sem volta. “Apostamos que o ensino híbrido será incorporad­o à rotina escolar e teremos cada vez mais as classes a distância alinhadas com as presenciai­s. Provavelme­nte, momentos antes físicos poderão ser realizados com a aula a distância, como trabalhos em grupo que podem ser realizados de maneira colaborati­va”, diz. E, para prosseguir acelerando, Martins lembra que é essencial investir na formação dos colaborado­res.

{{ O ensino híbrido deve entrar para a rotina escolar. Trabalhos em grupo podem ser a distância Marcelo Geraissati Martins

coordenado­r de Informátic­a do Pentágono

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JOÃO FLORÊNCIO Aproveitam­ento. Dante avalia que monitorias a alunos e reuniões com pais se revelaram mais eficientes quando realizadas virtualmen­te

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