Objetivos de vida devem nortear investimentos
Nova geração lida melhor com dinheiro, mas falta educação financeira
Arelação do brasileiro com o dinheiro vem evoluindo ao longo das últimas décadas, mas ainda está longe de ser uma convivência harmoniosa. A baixa educação financeira contribui para tornar este cenário desafiador. “Fruto de uma herança hiperinflacionária, o brasileiro, em geral, ainda poupa pouco e não se planeja com uma visão de longo prazo. Nas gerações mais atuais, percebemos que há uma evolução, e a forma de se relacionar com o dinheiro tem sido mais positiva”, diz Fernando Cardozo, presidente da Guide Investimentos.
O planejamento, aliado à educação financeira, deve nortear as discussões sobre investimentos. “Ter dinheiro pelo dinheiro não vai trazer satisfação nenhuma. Ao fazer um planejamento financeiro, pense quais são seus objetivos, o que te faz feliz, e use o dinheiro para ser propulsor para ter uma vida melhor”, diz Cardozo.
Estudo da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) mostra que o número de pessoas que conseguiram economizar algum valor saltou de 32% dos entrevistados em 2017 para 38% no ano passado. Cardozo considera que a questão macroeconômica vem contribuindo para essa mudança. “Até pouco tempo atrás bastava deixar o dinheiro em alguma aplicação para se ter retorno. Agora, para conseguir o melhor resultado, é fundamental se planejar.”
Com a taxa Selic no menor patamar histórico, os investidores têm que se arriscar mais para conseguir melhor retorno financeiro. “A diversificação virou uma necessidade, com as pessoas saindo da sua zona de conforto”, diz Felipe Paiva, diretor de Relacionamento com Clientes Pessoas Físicas da B3, ao comentar que ano passado o número de investidores na Bolsa era de 1 milhão de pessoas físicas, e hoje passa dos 3 milhões. “O Brasil está vivendo uma transformação na forma de investir.”
Vale destacar que mais da metade dos novos investidores que entraram na Bolsa de Valores brasileira tem faixa etária entre 25 e 35 anos, reforçando a tese de que as novas gerações estão melhorando sua relação com o dinheiro.
Este material é produzido pelo Media Lab Estadão com patrocínio da Guide.