O Estado de S. Paulo

Ex-ministro da Economia, tem alma de tecnocrata. Seu primeiro pronunciam­ento como eleito foi moderado. Ele se tratou de um câncer no rim no Brasil.

- Luis Arce

O grupo político ligado a Luis Arce, presidente eleito da Bolívia, adotou ontem um tom bem mais moderado do que se previa. Sebastián Michel, porta-voz do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Arce, afirmou que o país entrou em uma nova etapa e o estilo de governar será outro.

“Primeiro, haverá uma mudança de estilo. As pessoas não querem mais ódio. É preciso olhar para frente, não olhar para trás. Em segundo lugar, é hora de pouca imposição, de muito diálogo. Devemos começar conversar com todos os setores da sociedade, incluindo a oposição. E, em terceiro, precisamos dar sinais de reativação econômica”, disse Michel, em entrevista à rede Unitel.

Na mesma linha, a presidente do Senado, Eva Copa, garantiu que o MAS vai se reconstitu­ir e retificar os erros cometidos durante os 14 anos de governo de Evo Morales. “Chegou a hora de voltar aos trilhos, reconstrui­r o MAS, corrigir os erros e fortalecer os acertos que tivemos.”

Os próximos dias serão decisivos para saber até que ponto Evo terá influência em um governo de Arce. A julgar as primeiras declaraçõe­s após a eleição, a situação do ex-presidente não é tão confortáve­l.

Segundo Copa, ainda não é o momento de falar em retorno de Evo ao país, uma vez que “não estão reunidas as condições necessária­s”, uma referência às denúncias que ainda existem contra ele.

A Procurador­ia-geral do Estado investiga Evo em duas acusações de estupro. No primeiro caso, ele é acusado de ter tido uma relação com uma jovem de Cochabamba quando ela era menor. A segunda é por ter tido relacionam­ento com uma adolescent­e de 15 anos, com quem teria tido uma filha em 2016. As penas para cada um dos crimes podem chegar a seis anos de prisão. Evo também é acusado de terrorismo, por supostamen­te incitar a violência em 2019, quando renunciou.

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