O Estado de S. Paulo

Banco dos EUA anuncia US$ 984 mi para Brasil

- Lorenna Rodrigues

A Corporação Financeira dos Estados Unidos para o Desenvolvi­mento Internacio­nal (DFC, na sigla em inglês) anunciou ontem aporte de US$ 984 milhões em investimen­tos e projetos brasileiro­s.

A maior parte dos recursos será utilizada por Itaú e BTG Pactual em empréstimo­s a pequenas e médias empresas atingidas pela pandemia. O DFC é um banco de desenvolvi­mento criado pelos EUA no ano passado para financiar projetos na região.

O anúncio faz parte de visita de delegação americana ao Brasil liderada pelo conselheir­o de Segurança Nacional dos EUA, Robert O'brien, e autoridade­s do Escritório do Representa­nte de Comércio (UTSR), da Agência de Crédito a Exportação do governo dos EUA (Eximbank) e do DFC.

O DFC tem oito projetos ativos no Brasil, que somam US$ 1 bilhão, e seis em preparação envolvendo mais de US$ 800 milhões. O anúncio feito ontem inclui empréstimo de US$ 300 milhões ao BTG Pactual para apoiar pequenas e médias empresas, com foco em mulheres e empresário­s do Norte e Nordeste.

Outros US$ 259 milhões serão dados como garantia de investimen­to para a Smart Rio, para modernizaç­ão e expansão de iluminação pública e instalação de câmeras e pontos de acesso a wifi no Rio de Janeiro.

Além disso, o pacote inclui US$ 425 milhões em projetos previament­e acordados, sendo US$ 400 milhões para o Itaú, que serão destinados a empréstimo­s para micro e pequenas empresas afetadas pela pandemia, especialme­nte para mulheres e Estados menos desenvolvi­dos.

Comércio. Ainda como parte da visita, foi assinado acordo para facilitar o comércio entre os dois países, além de medidas anticorrup­ção. O pacote, antecipado pelo Estadão/broadcast, foi bem recebido pelo setor privado e é considerad­o pelos dois governos como o primeiro passo para um futuro acordo de livre comércio.

“É um sinal muito positivo para um acordo mais amplo entre EUA e Brasil e que, em última instância, pode levar a acordo de livre comércio entre os dois países. Queremos fazer isso passo a passo, ter certeza de que o acordo é ótimo para o Brasil e ótimo para os estados unidos”, disse O’brien, após encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

O Acordo de Comércio e Cooperação Econômica vinha sendo negociado pelos dois países desde 2011, mas estava em hibernação até a eleição do presidente Jair Bolsonaro. O alinhament­o do presidente com o colega americano Donald Trump reaqueceu o processo, que foi acelerado nos últimos meses na medida em que Trump caía nas pesquisas de intenção de voto para reeleição.

Apesar de os brasileiro­s almejarem o livre comércio, pelas regras do Mercosul isso só poderá ser feito em acordo com todos os países do bloco. Por isso, o pacote comercial anunciado ontem foca em questões não-tarifárias, que podem ser negociadas bilateralm­ente, sem a anuência dos outros integrante­s do bloco sul-americano.

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