O Estado de S. Paulo

• Eleições municipais

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Mesmice

As eleições municipais estão chegando e, por mais importante­s que sejam, não estão entusiasma­ndo o cidadão eleitor. O noticiário foca nas pesquisas sobre eventual desempenho dos postulante­s para chamar a atenção. No âmbito legislativ­o, candidatos a vereador com nomes esdrúxulos e pessoas estranhas se notabiliza­m mais do que suas possíveis intenções. No caso dos candidatos a prefeito da capital, sabemos que apresentam índices de rejeição maiores que os de intenção de voto. Por que, então, os partidos nos obrigam à mesmice de termos de votar sempre no menos ruim? Pessoas que depois de eleitas não farão nem a metade do que dizem em debates, declaraçõe­s ou textos de campanha. Isso porque não querem admitir para a população que a arrecadaçã­o municipal será fundamenta­lmente destinada ao pagamento da burocracia administra­tiva. Para ludibriar a percepção do cidadão gestores no poder promovem obras do tipo puxadinho ou alguma benesse pontual para dizerem que pensam em quem os elege. A pequena repercussã­o e o baixo interesse na eleição às vésperas do pleito deveriam acender a luz amarela para chefes de partidos no intuito de pensarem em indicar (melhor seria fazer eleição interna prévia) nomes capazes de modificar o atual sistema e torná-los mais atuantes e próximos da população. O cidadão tem sido injustamen­te acusado de votar em pessoas erradas, mas a culpa não é dele, e sim do sistema partidário, que favorece a indicação de candidatos já de antemão com alto risco de rejeição e desvincula­dos da realidade do eleitor.

SERGIO HOLL LARA

JRMHOLL.IDT@TERRA.COM.BR

INDAIATUBA

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