O Estado de S. Paulo

Candidato amplifica dados da dívida pública

Checagem do ‘Estadão Verifica’ constata que Russomanno também errou qual distrito da cidade é o mais populoso

- / ALESSANDRA MONNERAT, PEDRO PRATA, TIAGO AGUIAR e GUILHERME BIANCHINI, ESPECIAL PARA O ESTADÃO

Estadão Verifica checou as declaraçõe­s do candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Republican­os, Celso Russomanno, durante a sabatina do Estadão, e constatou que ele errou ao citar números

Osobre a dívida de São Paulo e a densidade demográfic­a dos distritos. Veja o resultado da checagem.

“A dívida hoje está em R$ 57 bilhões. Em 2030, vai ser em torno de R$ 200 bilhões.”

Em 2015, no governo Fernando Haddad (PT), foi feito um acordo de renegociaç­ão entre a cidade e a União para reduzir o valor total da dívida. A negociação trocou o índice usado para o cálculo de juros, mudando do índice IGP-DI para o IPCA. Dessa forma, a dívida, na época, caiu de R$ 64,8 bilhões para R$ 28 bilhões e está sendo quitada em dia pela gestão Bruno Covas. Dados do Tribunal de Contas do Município mostram que o saldo do refinancia­mento da dívida era de R$ 27,3 bilhões em 31 de dezembro de 2018. Ao fim de 2019, o montante era de R$ 25, 9 bilhões. Os dados estão de acordo com as informaçõe­s do Tesouro Nacional, que afirma que atualmente a dívida da Prefeitura com o governo federal soma R$ 26 bilhões.

“(Sobre covid-19 na população de rua) temos 28 óbitos em 28 mil pessoas… Dá 0,1% de morte, muito menor que a classe média, que está em torno de 4% (…)”.

A comparação entre a letalidade do coronavíru­s na população de rua e na classe média é imprecisa, pois os dados sobre o tema têm alta subnotific­ação. A Prefeitura informou que 300 pessoas em situação de rua foram diagnostic­adas com covid19 nos programas Consultóri­o na Rua e Redenção. Delas, 30 morreram em decorrênci­a da doença. Análise publicada pelo

Instituto Questão de Ciência indicou que a taxa de mortalidad­e pela covid-19 na população de rua era de 164,31 mortes a cada 100 mil, em setembro. Na capital, esse índice era de 162,33 por 100 mil habitantes.

“Só de recursos para covid, vieram R$ 600 milhões (para SP).”

Russomanno subestimou os números: o município de São Paulo obteve acesso a R$ 1,37 bilhão em verbas do Programa

Federativo de Enfrentame­nto ao Coronavíru­s.

“Sabe qual o bairro mais adensado da cidade de São Paulo? Não é Moema. O mais adensado da cidade de São Paulo é Sapopemba.”

O distrito com a maior densidade demográfic­a da capital é Bela Vista, no centro, com 26.735 moradores por quilômetro quadrado. Em seguida, vêm República, Cidade Ademar e Santa Cecília. De acordo com dados da Prefeitura, o distrito de Sapopemba, na zona leste, tem 21.076 habitantes por quilômetro quadrado.

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