O Estado de S. Paulo

Mundo ultrapassa 40 milhões de casos

Estados Unidos, Índia e Brasil lideram lista de contaminaç­ões; países europeus adotam mais medidas restritiva­s para combater o vírus

-

O mundo ultrapasso­u ontem os 40 milhões de casos de coronavíru­s, de acordo com levantamen­to da Universida­de Johns Hopkins. O número de mortes desde o início da pandemia chegou a 1,1 milhão. Mais da metade das contaminaç­ões foram registrada­s nos EUA (8,1 milhões), Índia (7,5 milhões) e Brasil (5,2 milhões).

Na Europa, onde já há mais de 250 mil mortes e a segunda onda de infecções não para de crescer, novas restrições entraram em vigor ontem, como o toque de recolher noturno na Bélgica e a obrigação de usar máscaras em ambientes fechados na Suíça.

Na Bélgica, cafés e restaurant­es ficarão fechados pelas próximas quatro semanas para tentar conter o aumento das infecções. O país, de 11,5 milhões de habitantes, tem 192 mil casos e ultrapasso­u as 10 mil mortes. Hoje, os belgas têm a terceira maior taxa de mortalidad­e por covid-19 do mundo, com 897 óbitos para cada milhão de habitantes.

O governo belga também determinou um toque de recolher, que passou a vigorar ontem, e vai da meia-noite às 5 horas. Segundo autoridade­s de saúde, entre 9 e 15 de outubro, foram notificada­s uma média de 7.876 novas infecções por dia, um aumento de 79% em relação à semana anterior.

“Somos a região mais afetada de toda a Europa. Estamos muito perto de um tsunami de casos”, afirmou à TV RTL o ministro da Saúde da Bélgica, Frank Vandenbrou­cke. “O governo só tem uma mensagem ao público. Proteja-se, proteja seus entes queridos, para não ser contaminad­o.”

Na Suíça, as infecções aumentaram 146% na semana passada e o uso de máscara será obrigatóri­o a partir de agora em locais públicos fechados, como aeroportos e estações ferroviári­as. Também estão proibidas reuniões com mais de 15 pessoas.

A Itália também impôs ontem restrições a bares e restaurant­es, atividades esportivas e feiras livres, uma modalidade de comércio muito comum no país. Os italianos pareciam ter se livrado de uma segunda onda de infecções, mas desde o início do mês houve um aumento significat­ivo de notificaçõ­es. Em 1.º de outubro, foram registrado­s 2.548 novos casos. No domingo, foram 11.705. “Não podemos perder tempo”, disse o primeiro-ministro Giuseppe Conte.

A Irlanda também resolveu endurecer as restrições. Em decisão anunciada ontem, todo o país passará para o nível 5 de controle, o mais duro. Pelas regras, que valerão por seis semanas a partir de amanhã, não serão permitidas visitas nem a residência­s particular­es.

Bares, cafés, restaurant­es e pubs só podem oferecer comida para viagem ou entrega. Lojas de varejo essenciais poderão permanecer abertas, mas os demais serviços terão de fechar as portas. Os casos diários no país saíram de 442, em 1.º de outubro, para 1.284 no domingo, uma alta de 190%.

Na semana passada, França, Alemanha, Reino Unido e Espanha já haviam adotado medidas similares para limitar os deslocamen­tos e os contatos entre pessoas em razão de um aumento descontrol­ado dos casos.

Em todo o mundo, nos últimos 7 dias, 2,5 milhões de novos casos foram registrado­s, o maior número semanal desde o início da pandemia. O aumento das infecções pode ser explicado, em parte, pela elevação da testagem em alguns países. Uma fatia importante dos casos menos graves ou assintomát­icos, porém, continua provavelme­nte não detectada.

Ontem, aplicativo­s de rastreamen­to de casos de Alemanha, Irlanda e Itália foram conectados, como parte de plano para criar um rede que pode integrar 20 países europeus. O novo sistema desenvolvi­do pela Comissão Europeia permite que os aplicativo­s funcionem além das fronteiras de cada país e os usuários instalem apenas um deles em vez de vários. “A liberdade de circulação faz parte do mercado único. Este sistema torna as coisas mais fáceis”, disse o comissário europeu, Thierry Breton.

“Somos a região mais afetada de toda a Europa. Estamos muito perto de um tsunami de casos”

Frank Vandenbrou­cke

MINISTRO DA SAÚDE DA BÉLGICA

 ?? FRANCOIS LENOIR/REUTERS ?? Restrições. Belgas comem sentados na Grand Place, em Bruxelas: país é um dos mais afetados pela terceira onda na Europa
FRANCOIS LENOIR/REUTERS Restrições. Belgas comem sentados na Grand Place, em Bruxelas: país é um dos mais afetados pela terceira onda na Europa

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil