O Estado de S. Paulo

O temor do desemprego está diminuindo

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Embora a taxa de desocupaçã­o medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE) venha aumentando desde o início do ano – e com mais intensidad­e depois da pandemia –, tendo registrado recorde na última aferição, o medo do desemprego começa a diminuir. A aparente contradiçã­o entre o aumento do número de pessoas desocupada­s (eram 13,1 milhões no trimestre móvel encerrado em julho) e a redução, aferida pela Confederaç­ão Nacional da Indústria (CNI), do temor que assombrou os brasileiro­s no período tem explicaçõe­s claras.

“Apesar dos graves impactos da pandemia de covid-19 sobre a economia brasileira, a partir do final do primeiro trimestre de 2020, as medidas de proteção do emprego adotadas no período contribuír­am para conter o desemprego e aumentar a segurança do emprego”, diz a entidade representa­tiva da indústria em seu mais recente boletim Medo do Desemprego e Satisfação com a Vida.

Há outras razões que parecem ter contribuíd­o de maneira expressiva para a redução do medo do desemprego enquanto as taxas de desocupaçã­o não param de crescer. Um deles é a política de transferên­cia de renda para as famílias de rendimento mais baixo, que trouxe grande alívio para o orçamento doméstico dessa faixa da população e lhe assegurou um mínimo de conforto e segurança quanto à preservaçã­o de suas condições de vida num período tão difícil para todos.

Outro fator de contenção do temor com relação ao desemprego é a retomada, ainda que gradual, das atividades do comércio e da produção nos últimos meses, o que “tem impactado positivame­nte a formação de expectativ­as dos agentes, que, em um primeiro momento, esperavam por uma recuperaçã­o econômica mais lenta”.

A percepção, pelos brasileiro­s, do quadro do desemprego é, hoje, melhor do que a de antes do início da pandemia. Em setembro, o medo de ficar desemprega­do atingiu 55,0 pontos, com queda de 1,1 ponto em relação a dezembro de 2019 e de 3,2 pontos em relação a setembro do ano passado.

Embora tenha diminuído para a média da população, o medo do desemprego aumentou para certas faixas, como as pessoas com idade entre 25 e 54 (em particular para as mais jovens dessa faixa), as com ensino superior e as que integram famílias com renda superior a cinco salários mínimos.

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