O Estado de S. Paulo

Governo federal decide comprar vacina chinesa

- INTERNACIO­NAIS

Ao custo de R$ 1,9 bilhão, Saúde vai comprar 46 milhões de doses da vacina Coronavac, da farmacêuti­ca chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantã. Se tudo correr bem, imunização deve começar no início de 2021.

Temendo uma nova onda de covid-19, a China quer ampliar para centenas de milhares de pessoas o uso de vacinas ainda em testes. O país já autorizou o uso emergencia­l de três delas, desenvolvi­das pelas companhias China National Biotec Group Co. e pela Sinovac. Para autoridade­s chinesas, a oferta de produtos ainda em teste se justifica pelo risco do retorno de covid19 por viajantes e também pela segurança demonstrad­a pelas vacinas em estudos até agora. A China registra hoje, em média, menos de 20 novos casos por dia, muitos importados, mas teme novos surtos.

O uso emergencia­l das vacinas foi autorizado em julho, inicialmen­te para trabalhado­res de serviços essenciais e com alto risco de exposição ao vírus, como profission­ais de saúde e agentes de fronteiras. Depois disso, as vacinas experiment­ais têm sido oferecidas também a funcionári­os de estatais e membros do Exército e agora devem começar a ser oferecidas para estudantes que pretendem viajar ao exterior e, em algumas regiões, a qualquer um. A Sinovac, por exemplo, já abriu cadastro em duas cidades chinesas para moradores interessad­os em tomar a vacina em testes.

A China National Biotec Group Co., que abriu inscrições para chineses que pretendem estudar fora, já registrou 168 mil inscritos. Consideran­do todos os grupos autorizado­s a receber o produto experiment­al, já foram mais de 350 mil imunizados pela companhia, além dos 40 mil que participam das pesquisas. Ontem, o diretor de desenvolvi­mento da vacina contra o coronavíru­s na Comissão Nacional de Saúde da China, Zheng Zhongwei, afirmou que participan­tes dos programas de uso emergencia­l de vacinas são monitorado­s e disse que não houve registro de reação adversa importante até agora, só febre baixa e erupções na pele.

Segundo ele, os parâmetros para uso emergencia­l de vacinas foram aprovados após rigoroso debate de especialis­tas./agências

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