‘SP não tem dinheiro para dar auxílio’
Candidato do Patriota, Arthur do Val classifica proposta defendida por adversários como ‘populista’ e afirma que Prefeitura ‘só atrapalha’
Candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Patriota, o deputado estadual Arthur do Val disse ontem, durante sabatina do Estadão, considerar “populista” qualquer promessa de auxílio financeiro municipal. Em meio à pandemia do coronavírus, propostas de transferência de renda constam entre as ideias defendidas por seis dos 14 concorrentes na disputa.
Segundo Arthur do Val, a cidade não tem recursos para adotar esse tipo de política. “Acho completamente populista qualquer tipo de renda que se prometa, e você que está me ouvindo aí tem que ouvir: aumento de imposto, ponto final. São Paulo não tem dinheiro para construir absolutamente nada, não tem dinheiro para dar auxílio para ninguém.”
PREFEITURA ‘SÓ ATRAPALHA’
Na sabatina, o candidato defendeu a ideia de que a Prefeitura “só atrapalha” a vida das pessoas. “Quando eu digo que a Prefeitura só atrapalha, não estou dizendo que ela não faz diferença na vida das pessoas, muito pelo contrário. Eu falo que ela faz (diferença), de maneira negativa. Portanto, eu acho que ela deve fazer menos diferença na vida das pessoas, justamente deixando as pessoas mais livres”, disse Arthur do Val, que aparece com 2% das intenções de voto na mais recente pesquisa Ibope/tv Globo/estadão.
‘LIBERBOBO’
O deputado afirmou que ser liberal não significa ser o que ele chamou de “liberbobo’, em referência a um defensor do liberalismo econômico que acredita que o mero enxugamento do Estado resolveria todos os problemas de política pública. “Quando a gente se define como um liberal, isso não significa ser um ‘liberbobo’, como a gente chama”, disse. Em seguida, mudou o tom de voz e imitou o que seria a fala de um “liberbobo”: “Ai, é só tirar o Estado que tudo se resolve”. Arthur disse que não pensa dessa maneira.
PADRE JÚLIO LANCELLOTTI E PAPA FRANCISCO
Arthur do Val voltou a criticar o padre Júlio Lancellotti, conhecido pela atuação na Pastoral Povo da Rua, que o deputado tem acusado de fortalecer políticas públicas “ineficientes” e responsáveis pela “degradação” do centro. O candidato disse discordar do endosso que o papa Francisco deu ao padre. “Eu não concordo com o papa (Francisco) quando ele diz ali que o (padre) Júlio Lancellotti faz um bom trabalho, assim como eu não concordo com o papa quando ele recebe o Lula no Vaticano e tece elogios à gestão do PT”, disse Arthur do Val.
PLANO DIRETOR
O candidato falou em um “plano diretor mais liberal” como forma de “dar mais vida para o centro”, facilitando a entrada da iniciativa privada e revisando alguns tombamentos. Segundo ele, caberia aplicar outras medidas direcionadas à
Cracolândia, como a descentralização de equipamentos sociais e o uso inteligente da GCM para identificação de traficantes. “A Cracolândia não é uma questão apenas de assistencialismo ou de porrada da polícia. A Cracolândia em São Paulo está intrinsecamente ligada a erros urbanísticos que nós viemos cometendo desde o anos 1950”, afirmou. /