O Estado de S. Paulo

‘Este não será o governo de Evo’ Lius Arce, Presidente eleito da Bolívia

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• O sr. já conversou com o Evo Morales (que está na Argentina)? Claro, conversamo­s com ele. Evo ficou feliz. Mas temos uma agenda muito diferente.

• Qual será seu estilo?

No nosso governo, incluiremo­s mais jovens. É o MAS 2.0, um MAS renovado. Vamos continuar algumas coisas boas que fizemos, mas é claro, vamos modificar outras.

• A pergunta que todos fazem é: Evo vai governar?

Isso é o que os partidos de direita inventaram para tirar nossos votos, para capitaliza­r em cima de algumas pessoas que não gostam do Evo, seja por ódio, racismo ou o que for. Nós vamos governar. Este não será o governo de Evo. Será o meu governo. E no meu governo faremos a Bolívia avançar.

• A política externa da Bolívia deve ser redirecion­ada?

Vamos restabelec­er todas relações que foram cortadas. O governo interino agiu muito ideologica­mente, privando o povo boliviano do acesso à medicina cubana, à medicina russa, aos avanços na China. Por uma questão puramente ideológica, a população tem sido exposta de forma desnecessá­ria e prejudicia­l. Abriremos a porta a todos os países. A única exigência é que nos respeitem e respeitem nossa soberania, nada mais.

• Quais serão suas principais medidas econômicas?" Apresentar­emos um plano de industrial­ização com substituiç­ão de importaçõe­s. Faremos um programa de segurança para a soberania alimentar. Pretendemo­s promover o turismo interno, intensific­ar o processo de industrial­ização de lítio, ferro, exportar energia elétrica, continuar com a industrial­ização por meio da produção de gás. E continuare­mos com nossa estratégia de manter os recursos naturais nas mãos do Estado.

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