O Estado de S. Paulo

HYUNDAI PROMETE SEU CARRO VOADOR PARA 2028

Marca sul-coreana também desenvolve um veículo com ‘pernas’, capaz de subir escadas e escalar montanhas

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Em breve, veículos convencion­ais deverão passar a conviver com carros que voam e até com automóveis que têm “pernas”. Pelo menos essa é a aposta da Hyundai. A marca sul-coreana promete para 2028 a chegada de seu carro voador. A ousada iniciativa conta com parceria de outra gigante do setor de mobilidade urbana, a Uber.

A empresa acredita que o uso de um carro que não depende do solo é uma revolução para o trânsito. Em entrevista ao jornal The Detroit News, Jaiwon Shin, chefe da unidade de mobilidade aérea urbana da Hyundai, afirma que “as pessoas que estão sempre presas no trânsito vão perceber como é convenient­e se deslocar em veículos aéreos. É quando veremos a demanda explodir”.

A Hyundai informa que seus veículos voadores estarão prontos em 2024. Mas, para garantir os protocolos de segurança, infraestru­tura e regulament­os governamen­tais, a marca estende sua meta para 2028.

O desenvolvi­mento em conjunto com a Uber Technologi­es deve-se ao fato de que o objetivo é oferecer esse tipo de transporte aos usuários de aplicativo­s. No início deste ano, na CES – maior feira de tecnologia do mundo, que ocorre anualmente em Las Vegas, EUA –, a montadora sul-coreana e a startup norte-americana mostraram o veículo voador chamado de S-A1. O conceito é semelhante a um helicópter­o e promete transporta­r até cinco passageiro­s. Espera-se que em um segundo momento ele possa ser autônomo.

‘Pernas’. A parceria com a Uber não é novidade. Na CES de 2019, a dupla apresentou o Hyundai Elevate, conceito de veículo elevado por hastes e rodas independen­tes, simulando pernas.

Criações como essa nascem no estúdio New Horizons (novos horizontes, em português), da Hyundai. Trata-se de uma área para desenvolvi­mento de veículos avançados (Ultimate Mobility Vehicles, UMVS). Com veículos desse tipo, a marca pretende ultrapassa­r limites inacessíve­is a outros automóveis, seja em ambiente urbano, seja em terrenos off-road.

As “pernas” do carro são uma espécie de suspensão totalmente articulada e com um enorme curso. Isso permitiria realizar operações complexas, como subir escadas nas cidades e escalar montanhas, por exemplo.

Sem dar muitos detalhes, a empresa sul-coreana explica que do New Horizons Studio sairão modelos destinados a clientes que precisam circular por terrenos não convencion­ais e extremos, onde nenhum outro veículo tenha já circulado antes deles.

Os modelos estarão sujeitos a aplicações em ambientes desafiador­es, e serão adaptáveis às mudanças nas condições de piso. “Nosso objetivo é criar a primeira classe de automóveis transformá­veis do mundo”, afirma o vice-presidente da divisão, John Suh.

Ferrari. Se a Hyundai prepara carros capazes de andar com suas próprias pernas e até voar, há quase 70 anos surgiu uma Ferrari capaz de nadar. Ou quase isso. Em 1953, o hidroplano de corrida Arno XI recebeu um motor V12 que a Ferrari utilizava na Fórmula 1.

Conta-se que a autorizaçã­o para que um barco utilizasse motor de F1 foi dada pelo próprio Enzo Ferrari. Além de ser o único barco no mundo equipado com motor oficialmen­te cedido pela Scuderia Ferrari, graças ao propulsor Lampredi F1 o hidroplano de madeira bateu o recorde de velocidade da categoria, ao atingir 278,7 km/h.

Como se os 385 cv originais do motor 4.5 V12 já não fossem o bastante, os especialis­tas da Ferrari promoveram alterações que elevaram a potência para 600 cv, graças à adoção de dois compressor­es mecânicos e adaptação ao uso de metanol.

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STEVE MARCUS/REUTERS Sem tráfego. Protótipo foi apresentad­o em janeiro na CES

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