CRIAR AÇÕES PARA TORNAR A CIDADE MENOS DESIGUAL
Aproximar moradia e emprego
“A edição de 2020 do Mapa da Desigualdade, divulgado recentemente, revela de forma emblemática que a idade média ao morrer no Jardim Paulista, distrito rico da zona oeste, é de 81 anos. Em outro Jardim, o Ângela, distrito pobre da zona sul, a idade média é de 58 anos. O indicador “idade média ao morrer” traduz, como nenhum outro, a desigualdade estruturante da cidade de São Paulo.
Não por acaso, não por fatalidade, os moradores do Jardim Ângela vivem menos. Lá, o acesso à saúde é difícil, as habitações são precárias, o acesso à água e ao esgoto ainda são um problema, a mortalidade infantil é mais elevada e o homicídio de jovens, sobretudo negros, é mais alto.
Nesse contexto, apresento aqui uma proposta – um tanto ousada, mas indiscutivelmente necessária – ao próximo prefeito da capital paulista: chegar a 2024 com essa diferença reduzida à metade, ou seja, 11,5 anos.
Além disso, é imperativo insistirmos em duas das nossas principais bandeiras e que são determinantes em uma cidade das proporções de São Paulo: a descentralização do orçamento e das ofertas de emprego são fundamentais. Precisamos saber qual o investimento per capita em cada distrito, até para podermos investir mais nos locais mais vulneráveis.
E também aproximar a população das suas reais necessidades, diminuindo as distâncias entre moradia e trabalho. Apenas 18,1% da população paulistana reside em um raio de até 1 quilômetro de estações de trem, metrô ou monotrilho. Enquanto essa proporção é de 88% na República, no centro, em outros 29 distritos 0% tem acesso direto ao transporte de massa.
Tais números ajudam a concretizar uma realidade que impacta a todos nós que vivemos na capital. E não há dúvidas de que nossa principal expectativa é de que a próxima gestão municipal concentre todos os esforços no combate efetivo às desigualdades.”