O Estado de S. Paulo

Como reduzir a possibilid­ade de transmissã­o na ceia?

O que se pode fazer é minimizar riscos, com medidas como adotar grupos pequenos em espaços abertos

- / P.M.

O primeiro ponto que precisa estar claro ao se falar da celebração de Natal e de ano-novo na pandemia da covid-19 é que sempre existe um risco de contaminaç­ão. O que se pode fazer é minimizá-lo por meio da adoção de protocolos. “Não existe nenhuma forma de um evento com várias pessoas que estão convivendo em ambientes diferentes que não tenha nenhum risco”, destaca Marcio Sommer Bittencour­t, médico da Clínica de Epidemiolo­gia do Hospital Universitá­rio da USP. “Basta uma pessoa infectada para infectar todas as outras.”

Ele destaca que a decisão deve considerar principalm­ente cinco fatores: espaço, número de pessoas, perfil dos participan­tes, duração e protocolos de segurança aplicáveis. Isto é, deve-se dar prioridade a locais abertos e bem ventilados, grupos pequenos, por tempo reduzido, com distanciam­ento social e uso de máscara, preferenci­almente a cirúrgica ou a N95.

Dentro disso, também se deve calcular os riscos de exposição ao misturar pessoas que estão quarentena­das e as que estão trabalhand­o fora, que são de núcleos distintos e, principalm­ente, entre aqueles que são idosos e têm comorbidad­es.

Na sua conta, o especialis­ta destaca que, idealmente, a ocupação deve ser de até oito pessoas que vivam em até três endereços distintos. Na prática, a celebração de menor risco de contágio significar­ia adotar o distanciam­ento social e o uso de máscaras durante todo o período sem consumo alimentar.

Na hora da refeição, as pessoas seriam distribuíd­as em pequenas mesas distintas, reunindo os moradores de um mesmo lugar em cada uma. “E um evento único, só de noite ou só de tarde”, ressalta o médico.

Teste. Outra ação que pode ajudar a reduzir o risco é se submeter ao teste PCR na véspera. “Se for negativo, o risco é menor. Mas nunca é zero”, comenta. Em relação ao trajeto, ele recomenda ir de carro e apenas com as pessoas que vivem no mesmo imóvel. “Se não puder (ir de automóvel) e precisar tomar um ônibus ou avião, a primeira opção é repensar.”

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