Algar pode levar Oi móvel mesmo sem ir a leilão
AAlgar Telecom vai ficar de fora do leilão bilionário das redes móveis da Oi no mês que vem, mas, ainda assim, pode vir a comprar uma parte dos ativos nos meses seguintes, dependendo de como andar o processo. Trata-se de uma estratégia de "comer pelas beiradas", fazendo jus à origem mineira da operadora, sediada em Uberlândia (MG). Está fora de cogitação para a Algar dar um lance no leilão das redes móveis da Oi, que já recebeu uma oferta firme de R$ 16,5 bilhões do consórcio formado por Vivo, TIM e Claro. Meses atrás, a Algar chegou a ser procurada pela Highline do Brasil para que entrassem na disputa juntas, mas a conversa não prosperou.
» Bilhete caro. O conselho da Algar – controlado pela família Garcia – achou caro o lance mínimo de R$ 15 bilhões estipulado pelo edital do leilão. Além disso, uma eventual compra das redes nacionais da Oi representaria uma expansão desproporcional para a tele, que atua em apenas quatro Estados.
» Plano B. Membros da Algar e agentes de bancos de investimento consideram a hipótese de Vivo, TIM e Claro não conseguirem um aval pleno do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para fatiar a Oi entre si, pois isso aumentará a concentração do mercado. Em operações dessa magnitude, não é incomum o órgão antitruste limitar a concentração exigindo que o grupo comprador venda parte dos ativos para terceiros.
» Rebote. É aí que entraria a Algar. A companhia tem cobertura de celular em regiões de Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. Caso o trio Vivo, TIM e Claro tenha que se desfazer de trechos da rede móvel da Oi, a Algar tem interesse em ficar com clientes de celular e frequências de sinais nessas regiões. Procurada, a Algar disse não comentar “rumores de mercado”.
» Fome. A Algar recebeu como sócio em 2018 o GIC, fundo soberano de Cingapura, que fez um aporte de R$ 1 bilhão em troca de 25% das ações. De lá para cá, o grupo acelerou as compras. Neste mês, deixou escapar a Copel Telecom durante leilão que teve lance mais alto do fundo de investimentos Bordeaux.
» Efeito juro. As vendas do setor imobiliário na capital paulista continuam altas após a flexibilização da quarentena e a reabertura dos estandes na capital paulista. Entre agosto e outubro, foram comercializados 17.049 imóveis residenciais novos, o equivalente a 45% do total do ano inteiro, evidenciando a recuperação rápida do setor na cidade. A pesquisa foi realizada pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP) e antecipada para a Coluna do Broadcast.
» Em alta. O levantamento mostra também que, em outubro, foram vendidos 5.552 imóveis, 7,9% a mais do que em setembro e 38% acima do registrado no mesmo mês do ano passado. No acumulado dos últimos 12 meses, as vendas totalizaram 51.244 unidades, crescimento de 13,1% na comparação com o período de 12 meses anteriores.
» Campeões. Os apês de dois quartos foram os mais vendidos de outubro (54% do total). Em termos de valores, as campeãs são as residências de até R$ 240 mil, dentro do Minha Casa Minha Vida (59%).
» Lançamentos. As construtoras lançaram 6.220 unidades em outubro, 0,3% menos do que em setembro e 10,5% abaixo do mesmo mês do ano passado. E no acumulado dos últimos 12 meses, os lançamentos somaram 55.920 unidades, 2,9% abaixo.
» Estoque. Com esses resultados, o estoque de apartamentos (na planta, em obras e recém-construídos) chegou a 32.544 unidades, 2,3% superior a setembro e 11% a mais do que no mesmo mês do ano passado.
» Efeito juro 2. O escritório de agentes autônomos Manchester, ligado à XP e que tem base no Sul do País, está com uma estratégia agressiva de crescimento e decidiu montar um escritório em São Paulo, a partir do qual pretende expandir sua rede. O plano é crescer de forma orgânica, atraindo profissionais dos grandes bancos, mas também adquirindo escritórios menores. No primeiro ano, a expectativa é ter 40 profissionais na unidade paulista.
» Rouba monte. No último ano, a Manchester incorporou cinco escritórios no Sul, sendo que três deles foram negociados recentemente. O resultado esperado com os movimentos de expansão é o de alcançar a marca de R$ 30 bilhões sob gestão em três anos, ante os R$ 8 bilhões atuais. A Manchester tem 120 assessores de investimento e opera em oito cidades no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.