Covas bancou ‘fair-play’ para servir de exemplo
Mesmo quando a ondinha favorável a Guilherme Boulos ameaçou se avolumar em São Paulo, Bruno Covas e seu estafe de campanha decidiram manter o “fair-play”. Havia naquele momento certa pressão para que o tom do tucano contra o adversário do PSOL mudasse do “modo crítico-propositivo” para o da “desconstrução total” do oponente, ou seja, da pancadaria. O prefeito, porém, bancou a decisão pelo jogo limpo, mesmo sob risco. Queria subir no palanque da vitória e dizer: “É possível fazer política sem ódio”. Conseguiu.
» Mágoa. A estratégia dos tucanos paulistas mira Jair Bolsonaro e também o PT, especialistas na desconstrução de biografias políticas. Os tucanos não esquecem o que os petistas fizeram com FHC e também com Mario Covas, avô do prefeito que tomou bandeirada na cabeça em protesto.
» Prova dos 9. O segundo turno das eleições não deixa dúvidas: o antipetismo ainda é sentimento forte entre os eleitores do País. Os três principais candidatos identificados com Lula (Boulos, Manuela e Marília) saíram derrotados.
» Vivíssimo. A vitória em São Paulo mantém o PSDB forte no cenário nacional, ainda que o DEM, seu parceiro histórico, tenha vencido também no Rio.
» Oi... O líder do governo no Congresso, Ricardo Barros (PP-PR), minimizou a derrota de candidatos alinhados a Jair Bolsonaro nas eleições municipais e fez gesto aos adversários.
» ...turma. “Prefeitos, de um modo geral, têm interesse de estar bem relacionados com o governo federal. Agora vai haver uma acomodação”, disse à Coluna.
» Amigues. O líder do governo disse que o presidente “se dá bem com Eduardo Paes (prefeito eleito no Rio) e não tem dificuldade com Bruno Covas”. “O governador João Doria é concorrente (de Bolsonaro), mas o Bruno não é”, afirmou.
» Porta aberta? “Acho importante que o governo federal esteja disponível para o prefeito que ganhou a eleição fazer um bom mandato. Foi eleito para representar a cidade, não para ser cabo eleitoral de quem for”, afirmou Ricardo Barros.
» Relax. Em conversa com Ciro Nogueira (PP-PI), Bolsonaro foi aconselhado a não ter pressa para escolher um partido para se filiar. O ideal, avalia, é que o anúncio seja feito só na segunda metade de 2021. » Jair Bolsonaro participou, no fim de semana, do aniversário de 57 anos de Rogério Marinho (à dir.). Com eles, o prefeito de Natal (RN), Álvaro Dias (à esq.).
» Fico. Pedro Paulo (DEMRJ) disse ao líder da bancada Efraim Filho (PB) que não assumirá uma secretaria de Eduardo Paes. Acha que pode ajudar mais fazendo a ponte com Brasília.
» Emendou. Derrotada pelo primo João Campos (PSB) na disputa pelo Recife, Marília Arraes (PT) se diz pronta para outra. Assim que admitiu ter perdido, disse que disputará o governo de Pernambuco. E declarou: “A campanha começa amanhã”.
» Elas. Com a eleição de Edmilson Rodrigues em Belém (PA), a bancada do PSOL na Câmara dos Deputados terá maioria feminina pela primeira vez. Entrará no lugar dele Vivi Reis, que acabou de ser eleita vereadora na capital paraense.
» Em alta. O advogado, filósofo e professor Silvio de Almeida já é o sonho de consumo dos partidos “progressistas” para 2022.
MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA