O Estado de S. Paulo

MEC não deve homologar aula remota em 2021

- / R.C.

O Ministério da Educação (MEC) não deve homologar a decisão do Conselho Nacional de Educação (CNE) de permitir o ensino remoto até dezembro de 2021. A intenção do governo federal, segundo fontes, é a de estimular uma volta presencial das escolas, mas acaba deixando uma lacuna nas diretrizes para Estados e municípios. Uma resolução do CNE com o artigo que permite continuar a educação online por causa da pandemia está desde o dia 7 de outubro aguardando o aval do governo federal.

Com a negativa, Estados e municípios ficarão sem diretrizes oficiais sobre o assunto para escolas públicas e particular­es. Os conselhos estaduais e municipais costumam esperar a homologaçã­o do MEC para fazer seus documentos locais com base na resolução federal. Segundo especialis­tas, isso pode levar à judicializ­ação já que a continuida­de de ensino remoto é dada como certa em 2021.

Mesmo com uma eventual redução no número de casos, secretário­s de Educação afirmam que vai ser preciso ao menos usar o ensino híbrido. Isso porque os protocolos exigem distanciam­ento nas salas de aula. Para que os alunos fiquem a 1,5 metro um do outro não é possível que todos estejam ao mesmo tempo presencial­mente. Não há espaço suficiente na maioria das escolas.

Em live na semana passada com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que o “parecer do MEC é em defesa do ensino presencial” sem mencionar o documento. Até a semana passada havia a expectativ­a de que o MEC homologass­e a resolução sem restrição. Também durante a transmissã­o ao vivo, Bolsonaro reclamou que muitas crianças não conseguem fazer aulas a distância, apesar de a filha dele não ter problemas porque “a mãe fica em cima”.

Apesar dessa lacuna no ensino básico, segundo apurou o Estadão, o MEC deve editar uma portaria para dar suporte ao ensino remoto nas universida­des privadas.

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