O Estado de S. Paulo

Maradona pediu para que padrasto cuidasse de seu filho

Craque argentino fez um apelo por áudio para que Diego Fernando, de sete anos, receba carinho e atenção

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Pouco tempo antes de morrer na última semana, vítima de uma parada cardiorres­piratória, o ídolo Diego Maradona enviou um áudio ao padrasto do seu filho caçula, de sete anos. Segundo a imprensa argentina, o astro entrou em contato com Mario Baudry para pedir que tomasse conta tanto do menino, Diego Fernando, quanto da mãe dele, Verónica Ojeda, com quem Maradona foi casado.

“Cuide muito dela (Verónica) do mesmo jeito que você cuida do meu ‘anjo’, que não tem comparação com nada”, disse o eterno camisa 10 da seleção argentina. “Eu sei que isso vai parecer inusitado, mas quero muito bem a Vero”, comentou Maradona. O áudio foi enviado poucos dias antes da sua morte.

A revelação do conteúdo causou repercussã­o na Argentina principalm­ente por ser um raro contato entre Diego Maradona e o padrasto do seu filho.

“Olha, eu tenho muitos filhos, mas este vai ficar como o último deles”, alertou o craque. O padrasto do garoto é chefe de gabinete do ministro de Segurança da Província de Buenos Aires, Sergio Berni. Diego Fernando é o mais novo dos cinco filhos reconhecid­os pelo jogador. Há outros seis, no entanto, que requerem o reconhecim­ento de paternidad­e e devem entrar com processo para receber parte da herança.

Queda. Cerca de uma semana antes de morrer, Maradona caiu e bateu o lado direito da cabeça. Isso foi o que revelou Dahiana Gisela Madrid, enfermeira que estava na casa do ídolo argentino no dia de sua morte. A informação, segundo o canal de TV C5N, consta no depoimento colhido pela Justiça, que investiga se houve negligênci­a ou homicídio culposo no caso.

Segundo Rodolfo Baqué, advogado da enfermeira, o médico do jogador, Leopoldo Luque, foi alertado sobre a queda, mas não recomendou que novos exames fossem feitos no jogador. Ela relatou a ele que Diego Maradona havia caído e batido a cabeça. Mesmo assim, Luque preferiu não recomendar que o ídolo fosse levado para fazer uma ressonânci­a ou uma tomografia.

O esclarecim­ento desse detalhe é essencial para que as investigaç­ões descartem ou confirmem se houve negligênci­a.

Para as filhas de Maradona, Dalma e Gianinna, não era o momento de seu pai ter saído da clínica médica, já que a própria equipe do hospital recomendav­a que o histórico camisa da 10 da seleção se recuperass­e por mais alguns dias no local. Apesar da sugestão, Leopoldo Luque liberou Maradona. O médico pessoal do jogador afirmou que ele seria levado para uma casa onde teria condições de ser monitorado. Uma policial que esteve no local no dia de sua morte, contudo, afirma que a residência não tinha nem mesmo um desfibrila­dor.

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AFP-11/11/2020 Cirurgia. Maradona e o médico Leopoldo Luque

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