O Estado de S. Paulo

BB e os Ermírio de Moraes veem IPO do BV em 2021

- ALINE BRONZATI, CRISTIANE BARBIERI, FERNANDA GUIMARÃES E CYNTHIA DECLOEDT

Enquanto a abertura de capital da bandeira Elo ainda é uma incógnita, no caso do BV, antigo banco Votorantim, a ideia dos sócios Banco do Brasil e família Ermírio de Moraes é levá-lo à Bolsa em 2021. Os acionistas não pretendem suspender o processo da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em curso, mas aguardar uma oportunida­de favorável. A conversa com os Ermírio de Moraes já foi engrenada após a chegada do novo presidente do Banco do Brasil, André Brandão. Há um entendimen­to de ambos à operação, mas também a leitura de que o momento não é favorável. Pesam sobretudo, a perspectiv­a de aumento na inadimplên­cia, a maior concorrênc­ia e os juros baixos, que refletem no spread bancário (diferença de quanto o banco paga para captar e cobra para emprestar). » +Forma. A ideia dos sócios é manter a oferta nos moldes já desenhados. O BV retomou os planos do IPO em agosto, após engavetá-lo em março em meio à pandemia. No pedido enviado à Comissão de Valores Mobiliário­s (CVM), o banco informa que será uma oferta primária, cujos recursos entram no caixa, e secundária, aquela que vai para os acionistas. Não há, porém, valores. » Do campo. Grande produtor de grãos e fibra no Centro-oeste, o Grupo Scheffer conseguiu ter R$ 900 milhões de demanda para uma operação em certificad­os de recebíveis do agronegóci­o (CRA) na qual esperava captar R$ 200 milhões. Dois fatores provocaram tamanho interesse. O primeiro é o fato de o investimen­to ser isento de imposto de renda. O segundo vem de seu setor de atuação, o agronegóci­o, resiliente mesmo em tempos de pandemia e promissor para 2021.

» Mais barato. Com a alta demanda, a taxa de remuneraçã­o dos CRAS, que representa o custo para a empresa, caiu de 5,15% para 4,13%. A operação foi coordenada pela XP e pelo BB Investimen­tos.

» Geral. Poucas ofertas de títulos de crédito privado, como CRAS e debêntures, têm sido feitas com esforços amplos de colocação, ou seja, para um público acima de 50 investidor­es. Na pandemia, o ambiente para esse tipo de operação ficou bastante desafiador por conta da turbulênci­a nos preços dos papéis.

» Troca. O ex-safra e ex-xp Investimen­tos Daniel Meira é o novo diretor de expansão do escritório de agentes autônomos VLG Investimen­tos. Um dos criadores do “Safra Invest”, que marcou a entrada do banco no segmento, Meira chega como parte da estratégia da empresa de ir dos atuais R$ 2 bilhões para R$ 17 bilhões sob custódia.

» Estrada afora. Meira será responsáve­l pela expansão geográfica da VLG, com a abertura de quatro filiais até o ano que vem.

» Horizonte. Além das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, Porto Alegre e Salvador voltaram a figurar na lista das mais promissora­s em 2020, no ranking Global Cities da consultori­a Kearney. Em sua 10ª edição, o estudo anual mede o desempenho atual e o potencial de 151 cidades para atrair e reter investimen­tos, pessoas e ideias.

» Derrapada. Incapaz de atrair talentos e lidar com a informação de modo a apoiar suas atividades de negócios, São Paulo caiu da 33ª para a 42ª posição, entre 2019 e 2020. Sua fortaleza continua sendo o grande volume de negócios – a capital paulista ocupa o 16º lugar quando considerad­a apenas esta métrica.

» Rabeira. Rio de Janeiro e Belo Horizonte perderam 15 e 16 posições no ranking entre 2019 e 2020, ocupando os 72ª e 113ª lugares, respectiva­mente. Porto Alegre (116) e Salvador (120) não apareceram na lista de 2019. Em 2018, ocupavam 93º e 101º lugares, respectiva­mente.

» Podium. Na liderança do ranking, Nova York, Londres, Paris e Tóquio, nesta ordem, encabeçam a lista das melhores cidades do índice. A cidade norte-americana surge como a melhor e mais influente do mundo pelo oitavo ano consecutiv­o.

» Novos tempos. Este ano, além das 27 métricas do ranking até 2019, o número de unicórnios (startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão) e de universida­des de medicina também passou a ser considerad­o. Assim, as cidades fortes em empreended­orismo apareceram em melhores colocações em 2020.

» Olho no futuro. São Francisco, por exemplo, foi a maior beneficiár­ia, angariando nove posições – passou da 22ª para a 13ª cidade mais promissora do mundo. Xangai também saltou sete posições, ocupando o 12º lugar; Munique passou de 32ª para 24ª colocada e Seattle subiu dois degraus, para a 25ª posição.

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SOLANGE MACEDO
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ALBERTO COUTINHO/GOVBA
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VIVI ZANATTA/ESTADÃO

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