O Estado de S. Paulo

O plano de João Doria nas mãos da Anvisa

- ALBERTO BOMBIG TWITTER: @COLUNADOES­TADAO COLUNADOES­TADAO@ESTADAO.COM POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/ COM MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA

Até quem não vai com a cara de João Doria no espectro político do centro para a esquerda reconhece que o governador paulista está correto em acreditar e trabalhar pela vacinação contra a covid-19 a partir de janeiro. Não importam mais as razões, a prioridade é não deixar o País muito atrás na corrida pela imunização. Porém, quem conhece a Anvisa por dentro acha que já seria difícil para o governador paulista obter êxito nesse cronograma mesmo se contasse com a boa vontade da agência e do Planalto. Imagine sendo inimigo de Jair Bolsonaro...

» Risco. O Butantã espera apresentar até o dia 15 os resultados de eficácia. Segundo o governo de SP, o processo na Anvisa está avançado e, portanto, faz mais sentido fazer o pedido de registro tradiciona­l e, assim, definitivo.

» Risco 2. É justamente nesse ponto onde mora o perigo. O registro definitivo, na prática, significa deixar o instituto mais vulnerável às exigências e também à burocracia da Anvisa.

» Risco 3. O outro caminho seria buscar o registro provisório. O risco, nesse caso, é ser gongado sem muitas explicaçõe­s.

» Significa? Vacina: governo federal quer esperar até março; aumento na conta de luz: é pra já. Enquanto isso, no Congresso só se fala (e se trabalha) na sucessão dos presidente­s das Casas (eles, inclusive).

» E nós? Quilombola­s também querem estar no grupo prioritári­o de vacinação, assim como a população indígena, idosos e profission­ais de saúde. A Conaq (Coordenaçã­o Nacional de Articulaçã­o das Comunidade­s Negras Rurais Quilombola­s) promete procurar a Saúde, o MP e até o STF.

» Grave. “Existe uma intenção clara de fazer com que as comunidade­s quilombola­s sejam prejudicad­as. Não nos incluir no plano de vacinação mostra que o governo não reconhece as fragilidad­es e dificuldad­es em que estão essas comunidade­s”, disse Biko Rodrigues.

» Repeat. Colegas ironizam o fato de o relator da PEC emergencia­l, Márcio Bittar (MDB-AC), postergar a apresentaç­ão do relatório. Segundo eles, o senador está no modo Paulo Guedes.

» Abraçados. É grande a confusão em que se meteu o Ministério Público-SP com o suposto pedido de prioridade da categoria na vacinação contra a covid19. Mas os promotores não estão sozinhos no desgaste: o TJ-SP aprovou um auxílio-saúde para magistrado­s.

» Abraçados 2. “Absurdo! Isso se chama privilégio e é completame­nte irresponsá­vel, ainda mais diante do tamanho da crise enfrentada pela população esse ano”, disse a deputada Tabata Amaral (PDT-SP) nas redes sociais. Ela é uma “influencer” poderosa...

» Caiu... Marcelo Ramos (PL-AM) define sua saída do grupo de influência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) como um “recuo tático”. “Estava claro que eu não teria espaço ali e não era razoável brigar com meu partido por uma possibilid­ade (de ser presidente da Câmara)”, disse à Coluna.

» ...fora. O PL de Ramos bancou o deputado Arthur Lira (AL), enquanto Maia ainda não declarou apoio oficialmen­te. Nos bastidores, Baleia Rossi (SP), presidente e líder do MDB, está bem posicionad­o com ele.

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REPRODUÇÃO/INSTAGRAM » CLICK. O volante Felipe Melo, do Palmeiras, foi recebido no Palácio do Planalto e entregou ao presidente uma camisa do clube, time do coração de Jair Bolsonaro.

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