O impacto nos custos de saúde
Não bastassem os ganhos para o paciente e a melhora na prática clínica para os médicos, a disseminação dos testes sindrômicos tem potencial para colaborar com a sustentabilidade do sistema de saúde como um todo. Alberto Chebabo contextualizou explicando que a principal causa de hospitalização no Brasil é a pneumonia, que, quando evolui para quadros mais graves, eleva muito os custos das diárias nas UTIs, dos respiradores e outros equipamentos. Por isso, ao identificar rapidamente o micro-organismo por trás da doença e auxiliar na tomada de medidas terapêuticas, o painel sindrômico propicia a redução em dias de internação e colabora para uma queda considerável nos gastos hospitalares. De acordo com Alvaro Pulchinelli, a utilização dessa tecnologia pode representar uma economia considerável para o sistema de saúde – lembrando que o acerto do esquema terapêutico diminui também o uso empírico de medicamentos. “Em casos de meningite, como o risco de sequelas no tipo bacteriano é muito alto, enquanto se espera o resultado de exames convencionais, o médico acaba prescrevendo antibióticos e antivirais”, relatou Alberto Chebabo. “E os valores de um dia de uso desnecessário de antibióticos cobrem muitas vezes o custo desses testes”, completou Pulchinelli. Não menos importante, ao promover o uso adequado desses medicamentos, o teste sindrômico ajuda a reduzir a ameaça de resistência bacteriana e o surgimento das chamadas superbactérias. Disponível para ser implementada, a tecnologia sindrômica ocupa pouco espaço e demanda treinamento rápido para sua operação. E mais: tem capacidade de levar a qualquer região do País a excelência diagnóstica dos exames moleculares, hoje privilégio dos grandes centros.
Diante de tantas vantagens, pontuou Alvaro Pulchinelli, a ideia agora é trabalhar pela ampliação do acesso a esses testes. Por isso estão em andamento os trâmites para que eles sejam incorporados tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) quanto nas coberturas dos planos de saúde.