NA BÉLGICA, SÓ UM PODE IR AO BANHEIRO
Governo impõe novas restrições para fim do ano
Em nenhum país do mundo se morre tanto de covid quanto a Bélgica. O país registrou mais de meio milhão de casos e 17 mil óbitos – 1.456 para cada um milhão de habitantes, quase o dobro do índice per capita do Brasil. Por isso, o governo belga montou uma operação de guerra para as festas de fim de ano e lançou um pacote de restrições – algumas draconianas que dificultam a fiscalização.
Autoridades sanitárias afirmaram que a maneira mais segura de celebrar Natal e anonovo é dentro de sua própria bolha familiar. Restaurantes e bares seguirão fechados. O toque de recolher e a proibição de reuniões também permanecerão em vigor para evitar a propagação do vírus. Mas ainda é possível organizar um convescote em casa.
Segundo as regras do governo, desde que o grupo de convidados não ultrapasse quatro pessoas no total, sem contar as crianças menores de 12 anos. Além disso, o dono da casa só pode convidar as pessoas se tiver um jardim e se ele tiver acesso direto – sem passar por dentro da residência. “Ninguém terá permissão para passar por um espaço interior primeiro, porque há o risco de muitas pessoas ficarem juntas em um espaço pequeno”, disse a ministra do Interior, Annelies Verlinden, ao jornal Het Laatste Nieuws.
Steven van Gucht, porta-voz de Verlinden acrescentou outra advertência importante: apenas um hóspede escolhido como “contato próximo” pode ter permissão para usar o banheiro dentro de casa. Os outros convidados teriam de voltar a suas casas, caso seja necessário. Os visitantes também estão proibidos de entrar na casa por qualquer motivo, incluindo pegar uma bebida ou alguma coisa para comer.
“Portanto, se você realmente tiver de ir ao banheiro, não haverá mais nada a fazer a não ser voltar para casa”, afirmou van Gucht. “E também não custa nada usar uma máscara facial ao sair de casa para o jardim.”
A questão que todos os belgas se perguntam é como o Estado pretende fiscalizar as festas. Esta semana, Verlinden garantiu que a polícia estará nas ruas para fazer cumprir as medidas de isolamento social. “É claro que os policiais não baterão sistematicamente de porta em porta para ver quantas pessoas estão presentes”, disse a ministra. “Mas a fiscalização continua. Várias festas já estão sendo checadas. Se for constatado que há muito barulho ou que há um grupo grande de pessoas reunidas em uma pequena sala, a polícia pode intervir.”