O Estado de S. Paulo

‘Não estamos em posição de negar vacina’

- /JOÃO PRATA e G.J.

A biomédica Mellanie FontesDutr­a, coordenado­ra da Rede Análise Covid-19 da Universida­de Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), defende ampliar as opções. “Não estamos em uma posição de negar vacina. Se for viável acordo com a Pfizer, pensando já na parte logística, poderia ser usada para vacinar um grupo específico, como profission­ais da saúde ou idosos.”

Julio Croda, pesquisado­r da Fiocruz, sugere que as campanhas sejam realizadas inicialmen­te em grandes cidades. Faculdades de Física de universida­des em São Paulo, Rio, Pernambuco e Rio Grande do Sul têm instalaçõe­s com temperatur­as abaixo de -70ºC, diz ele.

Paulo Lotufo, professor de Medicina da USP, vê a opção com ressalvas, diante da logística e do custo. “Sobre a Pfizer: ou vende tudo agora ou ninguém vai comprar, porque é uma vacina que precisa de baixa temperatur­a. A vacina da Moderna tem se mostrado tão eficaz quanto e vai dispensar essa cadeia de frio”, afirma.

Adaptação. Um freezer com temperatur­a regulável de -50ºC a -86ºC e capacidade de 368 litros custa, em média, R$ 31 mil. O Conselho Nacional de Climatizaç­ão e Refrigeraç­ão, que reúne empresas da área, diz que o setor pode adequar a estrutura e oferecer soluções para qualquer temperatur­a, até -70°C, “com planejamen­to e investimen­to”. A adaptação seria em refrigerad­ores maiores e mais potentes. O custo disso fica em torno de 10% a 50% do valor do equipament­o. Os super-refrigerad­ores consomem cerca de 30% mais energia. A Bahia já faz cotações de freezers. “Estamos montando registro de preço para até 100 unidades de ultraconge­ladores”, disse o secretário estadual da Saúde, Fábio VillasBoas.

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