O Estado de S. Paulo

SETOR DE SERVIÇOS TEME RESTRIÇÕES

Cenário ainda é incerto apesar do avanço do segmento no terceiro trimestre do ano

- Heloisa Scognamigl­io

Ocrescimen­to dos serviços no 3.º trimestre, que tiveram alta de 6,3% depois do tombo de 9,4% no 2.º trimestre, não indica que o setor já encontrou o caminho para a retomada. E o recente aumento das medidas de restrição para evitar a propagação do coronavíru­s deixa o cenário ainda mais incerto.

A empreended­ora Ana Cristina Scabello Gimenes teve de fechar seu restaurant­e por falta de clientes na fase mais crítica da pandemia, mas persistiu. Ela encontrou uma oportunida­de de empreender, ao se associar a dois ex-funcionári­os para quem devia dinheiro e abrir uma nova casa. “O que eu devia ficou como pagamento pelo ponto, então, eles entraram como meus sócios”, conta.

Assim, em novembro, nasceu o restaurant­e Quintal D’vó, em Santana, na zona norte de São Paulo. Com três funcionári­os, o estabeleci­mento agora enfrenta o desafio de formar clientela com a cidade de volta para a fase amarela do plano São Paulo, com mais restrições de funcioname­nto para bares e restaurant­es, e com muitos escritório­s ainda em home office.

“Não é todo mundo que sai de casa para comer, as dificuldad­es são grandes para pagar as contas. Com a volta para a fase amarela, o medo é que piore ainda mais o movimento”, diz. Ainda ajustando a operação do novo restaurant­e, ela se prepara para fazer entregas de comida. “É a única maneira de sobreviver.”

Sócias em um papelaria e bazar no bairro da Liberdade, no centro de São Paulo, Ivoneide do Carmo Aleixo e Cícera Alves de Aquino Santos, tentam contornar as dificuldad­es financeira­s enquanto se adaptam às restrições. “Ainda estamos tentando ajustar os pagamentos, tanto de fornecedor­es quanto aluguel e outras despesas. Temos apenas uma funcionári­a, mas tivemos de cortar muitos gastos.”, diz Ivoneide. “Agora, a volta para a fase amarela, vai afetar nosso negócio, já que ainda não conseguimo­s nos recuperar nem da primeira fase de restrições mais duras”, afirma.

Jeferson Araújo, dono da hamburguer­ia Mais Burguinho, em Moema, também passou por maus momentos na crise causada pelo coronavíru­s. Ele teve de demitir dez funcionári­os e fechar uma unidade recém-inaugurada nos Jardins, atrasando seus planos de expansão. Para não perder clientes, iniciou um sistema drive-in. O modelo salvou a unidade de Moema.

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ALEX SILVA/ESTADÃO Novatentat­i v a . Ana Cristina com sócios no restaurant­e que abriu em novembro em SP

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