O Estado de S. Paulo

Como lidar com os loucos?

- Renata Mesquita

Não, não venho dar soluções. Busco respostas mesmo. Mas calma, me deixa explicar se você ainda não sacou quem são os tais loucos. A meu ver, pior do que quem usa máscara da forma errada (aquele nariz pra fora me tira do sério – e olha que o meu é grande e nada fácil de encaixar) são aqueles que de fato menospreza­m e até negam os efeitos e perdas do coronavíru­s.

No auge dos meus trinta e um anos, ainda sofro horrores para tomar uma injeção – fujo mesmo –, mas me dói dez vezes mais ouvir de um conhecido uma frase do tipo “o pessoal exagera, morreram sim umas pessoas aí, mas nada que mereça esse estardalha­ço todo”. A fala sempre continua com algum argumento econômico, mesmo que na maioria, na minha experiênci­a, venha de alguém com alguma boa segurança financeira.

É pior que ouvir argumentos políticos baseados em fake news. Afinal, são vidas perdidas, não é que daqui a dois anos algo pode mudar, não tem volta mesmo.

O que mais me causa estranhame­nto, e que me motiva a escrever a coluna desta semana, é entender por que, na oportunida­de de ficar calado, a pessoa se expõe dessa forma? Não podia apenas guardar para si, e simplesmen­te não passar vergonha pública? Loucos, única palavra que encontro. Se já cansou da quarentena – quem não? – continua a sua vida aí da maneira que achar melhor para você (mentira, fazendo o que bem entende muitas vezes você coloca outros em risco), mas falar tanta barbaridad­e é inexplicáv­el para mim.

E sobre os “mezzo mascarados” (que atualmente é o que mais vejo por aí), também queria entender qual é a lógica. Se já está com a máscara na cara, coloca direito.

TODA SEMANA, RENATA MESQUITA VAI REPROVAR ABSURDOS VISTOS POR AÍ NESSA NOVA ROTINA IMPOSTA PELA PANDEMIA

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