O Estado de S. Paulo

Preço dos combustíve­is

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Lembro-me de que há alguns anos muito se comemorou a entrada do Brasil no rol de países autossufic­ientes em petróleo. Notícia que agitou o mundo político e aguçou apetites inconfessá­veis e cobiças grandiosas. Não sabemos como se processa o cálculo dos preços no todo, mas certo é que o preço internacio­nal do óleo bruto tem peso maior, seja pela média de um período considerad­o ou, simplesmen­te, pelo valor da maior cotação do mercado. A esse valor pode ser acrescido – se já não estiver computado – o porcentual dos royalties e, também, da ineficiênc­ia das refinarias. Aliás, projetos de plantas de refino foram abandonado­s, um com a PDVSA e outro, o Comperj. Como estão agora? As refinarias em operação há tempos são competitiv­as? Em custos há uma máxima que diz: cada método produz diferentes valores. A Petrobrás, se estiver praticando preços abusivos, contribui para ampliar o fosso social, já grave. Tal qual a Caixa fez como operadora do auxílio emergencia­l, pago sob a exigência de cadastrame­nto unicamente digital, quando, em geral, quem mais necessita não tem acesso a esse meio. Resultado: alvos da exclusão social e da rapinagem oportunist­a de bandidos. Para reorganiza­r a economia brasileira é necessário não só facilitar, mas reduzir a carga tributária, nessa reforma já tardia, abrindo mão da arrecadaçã­o hoje e apostando num futuro mais pujante e mais justo.

MASSAFUMI ARAKI

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SÃO PAULO

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