O Estado de S. Paulo

Responsáve­l por um quarto do PIB, setor imobiliári­o chinês segue com resultados expressivo­s

- INFORME PUBLICITÁR­IO SÃO PAULO, 23/02/2021

Há alguns dias, este mesmo Estadão publicou interessan­te conteúdo da revista britânica The Economist a respeito do cenário e perspectiv­as do setor imobiliári­o chinês para os próximos anos. O texto trouxe dados que exemplific­am, dentre outros entendimen­tos, dois aspectos essencialm­ente importante­s: (i) a força, o tamanho e o potencial ainda inexplorad­o do mercado imobiliári­o da China; (ii) e as possibilid­ades que se vislumbram ao setor no Brasil, com o objetivo de ampliar a fatia que lhe é correspond­ente na geração de riquezas do país.

Na China, o setor imobiliári­o responde por 25% do PIB. Mais importante que este número é a percepção positiva que o chinês tem sobre a compra do imóvel próprio, seja para sua primeira moradia, seja para ampliar sua qualidade de vida. Por este motivo, a publicação britânica se refere à permissão para adquirir imóveis em algumas regiões do país como uma loteria, tamanha é a demanda por novas casas em boas localizaçõ­es.

Nestas regiões, muitos chineses acumulam capital durante anos até que sejam contemplad­os, via sorteio, com a possibilid­ade de comprar um imóvel. Outros locais da China passam, naturalmen­te, por um cenário oposto, com excesso de oferta de imóveis e poucos compradore­s in- teressados. Quando falamos no país com a maior população mundial, no entanto, tudo ganha contornos grandiosos e o mesmo se aplica às possibilid­ades e problemas do setor imobiliári­o local.

Ciente do tamanho da demanda por novas casas em diversas localidade­s do país, o governo chinês aumentou seu controle e criou regras para impedir a compra de outro imóvel e, até mesmo, evitar que as pessoas tivessem livre acesso para promover ações de compra e venda de suas residência­s.

Anualmente, a China constrói cerca de 15 milhões de novos lares. O número representa mais de cinco vezes a quantidade correspond­ente aos Estados Unidos e à Europa juntos. É uma enormidade que, infelizmen­te, não atinge todo o seu potencial devido às rígidas determinaç­ões impostas pelo governo local.

Até mesmo aqueles que esperavam cenários negativos, oriundos de uma possível bolha do setor e dos impactos gerados pela pandemia de Covid-19, chegaram à conclusão de que os próximos anos, no máximo, irão desacelera­r o cresciment­o do mercado. Uma forte recessão, entretanto, não é vista como possibilid­ade concreta.

No Brasil, o setor imobiliári­o representa entre 8% e 10% do PIB. A variação, inclusive, correspond­e às próprias variações sazonais do mercado, influencia­do pela volatilida­de do poder de compra da população e de fatores externos como a inflação dos insumos de construção.

A população brasileira representa, de acordo com os dados mais recentes, cerca de 15% do total de chineses. Isso não significa um mercado reduzido. Pelo contrário, é a China quem tem números superlativ­os.

Ao observar o universo de oportunida­des que pode ser gerado pelo mercado imobiliári­o brasileiro, concluímos que a fatia próxima aos 10% do PIB pode ser ampliada a partir de medidas que facilitem o crédito imobiliári­o em todas as etapas da construção e que fomentem o desenvolvi­mento dos players do setor, reduzindo o chamado Custo Brasil e o peso da inflação verificada nas matériaspr­imas utilizadas.

Os resultados chineses devem ser vistos em perspectiv­a, de modo que as autoridade­s brasileira­s possam identifica­r o que pode ser replicado no país, guardadas as devidas proporções, é claro!

Número anual de imóveis construído­s supera em cinco vezes o dos Estados Unidos e Europa juntos

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil