O Estado de S. Paulo

Virgínia decide extinguir a pena de morte

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Os parlamenta­res estaduais da Virgínia aprovaram ontem em definitivo projeto de lei que acaba com a pena de morte no Estado que mais executou condenados na história americana.

O projeto agora segue para avaliação do governador democrata Ralph Northam, que já disse que a sancionará, tornando a Virgínia o 23.º Estado americano a impedir as execuções. A Assembleia Legislativ­a do Estado tem maioria democrata.

“Há uma percepção de que é hora de acabar com essa prática desatualiz­ada que tende a causar mais danos aos familiares das vítimas do que nos fornecer qualquer conforto ou consolo”, disse Rachel Sutphin, cujo pai, Eric Sutphin, foi morto a tiros em 2006 enquanto trabalhava para o xerife do Condado de Montgomery.

A Virgínia já executou quase 1,4 mil pessoas desde seus dias como colônia, de acordo com o Centro de Informaçõe­s sobre Pena de Morte. Desde que a Suprema Corte restabelec­eu a pena de morte em 1976, o Estado fez 113 execuções, ficando atrás apenas do Texas.

Os republican­os se mostraram preocupado­s e disseram que há alguns crimes tão hediondos que os perpetrado­res merecem ser executados. Acabaram sendo vencidos.

Apenas duas pessoas permanecem no corredor da morte na Virgínia. Anthony Juniper foi condenado à morte em 2004 pelo assassinat­o de sua ex-namorada, dois de seus filhos e seu irmão. Thomas Porter foi condenado à morte pelo assassinat­o de um policial de Norfolk em 2005.

A revogação da pena capital no Estado converteri­a suas sentenças em prisão perpétua sem liberdade condiciona­l.

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