O Estado de S. Paulo

Silêncio de Guedes não é cara feia, mas lealdade a Bolsonaro

- Adriana Fernandes REPÓRTER ESPECIAL DE ECONOMIA EM BRASÍLIA

Arrastado para o centro do turbilhão provocado pela decisão do presidente Jair Bolsonaro de meter o “dedo” na Petrobrás e na Eletrobrás, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pode até ter perdido a bandeira da agenda liberal, mas sua relação de lealdade com o presidente Jair Bolsonaro segue, apesar do desgaste.

O mercado e a rede de intrigas de Brasília especulara­m que o ministro teria colocado o cargo à disposição, ficado irado com o chefe, fosse o “tubarão” que Bolsonaro prometeu demitir, mas longe disso. A interlocut­ores, o ministro saiu novamente em defesa do presidente. O argumento: FHC, Lula e Dilma também fizeram suas intervençõ­es na Petrobrás.

O limite da permanênci­a de Guedes é outro: a aprovação pelo Congresso da PEC que autoriza a retomada do auxílio emergencia­l e estipula um “protocolo de crise”. É justamente para não “conturbar” a votação do texto no Congresso que Guedes resolveu ficar em silêncio. Até porque a opinião dele em relação à Petrobrás é mais polêmica do que a de Bolsonaro: deveria ser privatizad­a.

Guedes tem tido apoio no Congresso, mas aliados de Bolsonaro, nos bastidores, relatam o desgaste do ministro. Para eles, o futuro de Guedes estaria mais atrelado a Roberto Campos Neto, presidente do BC, aceitar um convite de Bolsonaro para assumir o comando da Economia. Próximo de Guedes e mais fiscalista do que ele, Campos Neto não gosta nem de ouvir essa possibilid­ade.

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