Silêncio de Guedes não é cara feia, mas lealdade a Bolsonaro
Arrastado para o centro do turbilhão provocado pela decisão do presidente Jair Bolsonaro de meter o “dedo” na Petrobrás e na Eletrobrás, o ministro da Economia, Paulo Guedes, pode até ter perdido a bandeira da agenda liberal, mas sua relação de lealdade com o presidente Jair Bolsonaro segue, apesar do desgaste.
O mercado e a rede de intrigas de Brasília especularam que o ministro teria colocado o cargo à disposição, ficado irado com o chefe, fosse o “tubarão” que Bolsonaro prometeu demitir, mas longe disso. A interlocutores, o ministro saiu novamente em defesa do presidente. O argumento: FHC, Lula e Dilma também fizeram suas intervenções na Petrobrás.
O limite da permanência de Guedes é outro: a aprovação pelo Congresso da PEC que autoriza a retomada do auxílio emergencial e estipula um “protocolo de crise”. É justamente para não “conturbar” a votação do texto no Congresso que Guedes resolveu ficar em silêncio. Até porque a opinião dele em relação à Petrobrás é mais polêmica do que a de Bolsonaro: deveria ser privatizada.
Guedes tem tido apoio no Congresso, mas aliados de Bolsonaro, nos bastidores, relatam o desgaste do ministro. Para eles, o futuro de Guedes estaria mais atrelado a Roberto Campos Neto, presidente do BC, aceitar um convite de Bolsonaro para assumir o comando da Economia. Próximo de Guedes e mais fiscalista do que ele, Campos Neto não gosta nem de ouvir essa possibilidade.