O Estado de S. Paulo

Conselho avalia indicação de general para Petrobrás

- CYNTHIA DECLOEDT, TALITA NASCIMENTO, FERNANDA GUIMARÃES E CIRCE BONATELLI

Ocampo de batalha estará aberto amanhã, na reunião do conselho de administra­ção da Petrobrás, na qual seus 11 membros terão de votar a favor ou não do nome do Joaquim Silva e Luna para a presidênci­a da Petrobrás, no lugar de Roberto Castello Branco. Se houver rebeldia e o nome do general for rejeitado, o presidente Jair Bolsonaro pode levar a empresa a enfrentar uma batalha jurídica, sob acusação de abuso de poder, se mantiver sua decisão. Isso ajudou a petroleira a perder mais de R$ 100 bilhões em valor de mercado desde sexta-feira. Um atropelo dessa magnitude pode trazer implicaçõe­s jurídicas para a companhia e rasgar uma lei criada em 2016, após o escândalo de corrupção da Petrobrás, para regrar empresas estatais de economia mista. » Pedra cantada. Os conselheir­os, por sua vez, também estão presos a compromiss­os e correm o risco de serem responsabi­lizados na pessoa física pelo voto. Isso vale, inclusive, para uma decisão favorável à indicação de Bolsonaro. Advogados consultado­s pelo Broadcast afirmam que o voto tem de ser justificad­o em bases técnicas, que mostrem a escolha à luz dos negócios da companhia e seu desempenho.

» No laço. Não seria surpresa se o encontro se alongar por muitas horas e resultar em uma votação apertada. “A partir de amanhã, caso a União insista em uma troca eventualme­nte à revelia da decisão do conselho, haverá implicação jurídica contra a empresa”, diz André Antunes Soares de Camargo, sócio do Tozzinifre­ire Advogados.

» Genérica. Na mesma linha, o sócio do escritório Mattos Filho e especialis­ta em petróleo e gás, Giovani Loss, diz que a configuraç­ão de abuso de poder passa pela situação em que a decisão da União tenha causado prejuízo ou estresse financeiro à companhia. Porém, a Lei das SAS prevê que a União deve usar o poder para que a empresa realize seu dever social.

» Atacado. Lojas do hipermerca­do Extra passaram a exibir cartazes com preços de atacado. O GPA, dono da marca, confirmou que o projeto piloto de reposicion­amento de preços já está implementa­do em 23 lojas da bandeira. O novo conceito será feito para os demais pontos de hipermerca­dos ao longo de 2021.

» Rentabilid­ade. A nova política de preços do Hipermerca­do Extra coloca o valor referente à compra no atacado ao lado do valor normal dos produtos nas gôndolas, de maneira muito parecida com a organizaçã­o dos atacarejos. Em nota, o GPA afirmou que trata-se de uma nova dinâmica comercial, com foco em melhorar a rentabilid­ade do modelo de hipermerca­do e que o projeto teve início ainda em 2020. Mantêm-se nas lojas os serviços e diferencia­is do modelo hipermerca­do.

» Casa nova. Depois de vender sua sede em Belo Horizonte para a Fundação São Francisco Xavier, conforme antecipou à Coluna, a Usiminas bateu o martelo sobre a “nova casa”, o Edifício Amadeus, no bairro Savassi, área nobre da capital mineira.

» Em paz com a vizinhança. Em uma indicação de que a briga societária da Usiminas com a japonesa Nippon Steel está encerrada, elas serão vizinhas no novo endereço. Há alguns anos, ambas protagoniz­aram uma das maiores disputas do mundo corporativ­o com a argentina Ternium. Depois de acertados os ponteiros, foi definido o comando alternado da siderúrgic­a, hoje sob gestão da Ternium. Procurada, Usiminas não comentou.

» Alalaô. Como não poderia deixar de ser, o Carnaval do “sofá” fez disparar o delivery de refeições. Levantamen­to feito pela Linx, de tecnologia para o varejo, e da Neemo, empresa de soluções de delivery, aponta que o número de pedidos entre a sexta-feira de carnaval e quarta-feira de Cinzas saltou 276% quando comparado ao mesmo período de 2020.

» Em casa. A nova onda de coronavíru­s que se alastra pelo País interrompe­u a retomada das viagens aos principais pontos turísticos brasileiro­s. A ocupação média dos hotéis ficou em 34,5% em janeiro, um patamar praticamen­te igual ao de dezembro, quando fechou em 34% e ainda bem abaixo do registrado em janeiro do ano passado, antes da chegada da pandemia, quando marcou 56%. Os dados fazem parte de pesquisa do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB).

» Regiões. O maior nível de ocupação em janeiro foi verificado no Nordeste, com 48,06%, mas ainda assim abaixo dos 72,2% na comparação anual. Na sequência vieram Centrooest­e (38,5%), Sudeste (32,6%), Sul (31,5%) e Norte (30,7%). Já a diária média dos hotéis foi de R$ 225,98 em janeiro, queda de 8,6%.

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MARCOS ARCOVERDE/ESTADÃO-11/9/2013
 ?? VIDAL CAVALCANTE/ESTADÃO-22/1/2005 ??
VIDAL CAVALCANTE/ESTADÃO-22/1/2005
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TALITA NASCIMENTO/ESTADÃO-12/2/2021

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