Facebook entra na mira de ingleses por notícias
O secretário de Saúde do Reino Unido, Matt Hancock, sinalizou em entrevista à Times Radio, no domingo, que o governo britânico cogita exigir que gigantes de tecnologia, como Google e Facebook, paguem pelo licenciamento de conteúdos noticiosos que circulam em suas plataformas.
A medida seria similar à que a Austrália está prestes a implementar – na semana passada, isso fez com que a rede social de Mark Zuckerberg barrasse a publicação de notícias por usuários australianos.
O projeto da Austrália, atualmente em discussão no Senado, após ser aprovado na Câmara dos Deputados, exige que empresas de mídia negociem com as gigantes de tecnologia o licenciamento de notícias. Caso as
“big techs” se recusem a negociar, a situação pode ser decidida por um juiz e multas podem ser aplicadas.
“Tenho fortes opiniões sobre o tema. Eu acho que é um assunto importante e não tenho dúvida de que o secretário de Cultura irá olhar para isso muito atentamente”, disse Hancock, citando o colega de governo Oliver Down, que irá se encontrar com executivos do Facebook nesta semana após o banimento na Austrália.
Uma outra fonte do governo britânico falou ao jornal The Times que a atual administração não descarta seguir a Austrália: “Certamente não descartamos uma legislação ao estilo da Austrália para corrigir o desequilíbrio entre a relação das big techs e as empresas de mídia”, disse, sob condição de anonimato.
A ofensiva em relação ao tema não é novidade na Europa. No começo do mês, o jornal Financial Times afirmou que o Parlamento da União Europeia também quer que grandes empresas de tecnologia paguem pelo licenciamento de notícias.
Segundo a publicação, os parlamentares europeus podem incluir obrigatoriedade para licenciamento de conteúdos noticiosos nos dois pacotes de regulamentação de serviços digitais atualmente em discussão no Congresso.
Além disso, eles podem também exigir que as empresas informem aos publishers sobre como as notícias são ranqueadas em seus algoritmos.
O Facebook critica a propostas do tipo. Em relação ao projeto australiano, a companhia afirma que o projeto de lei não compreende a relação entre a rede social e os usuários, que a usam para publicar notícias.